ALADDIN – MAIS QUE MIL & UMA NOITES

aladim animação

TEXTO DE AGATHA MATTOS DE CARVALHO SANTOS & ADILSON DE CARVALHO SANTOS

É COM MUITO ORGULHO QUE PUBLICO ABAIXO O PRIMEIRO ARTIGO ESCRITO A QUATRO MÃOS, COM A COLABORAÇÃO DE MINHA FILHA AGATHA. NÃO A TOA O TEMA DO FILME É A MÁGICA, AFINAL DE CONTAS ELA REALIZA MÁGICAS EM MINHA VIDA.

        “Dez mil anos ali dentro te deixam com um terrível torcicolo”, foi com essa frase bem irônica que um gênio azul se apresenta na fantástica animação da Disney de 1992. Um triunfo dirigido por John Musker e Ron Clements com auxilio de um time de animadores e técnicos que mesclaram as técnicas tradicionais do gênero com o melhor em computação gráfica disponível então. O apelo dessa história atravessa gerações, fixa em nosso imaginário valores de amor, lealdade e bravura como nas palavras de uma criança  :

      “A história de Aladim surgiu na antiga Pérsia mostrando um rapaz humilde que se apaixona pela princesa Jasmine, mas eles não podiam ficar juntos porque Jasmine era filha do Sultão, rica, e Aladim era plebeu. Ele encontra uma lâmpada mágica que trazia um gênio capaz de realizar três desejos. Assim, Aladim chama a atenção do Sultão, enfrenta o malvado Jafar e conquista o coração de Jasmine. Aladim é jovem e corajoso pois enfrenta todos os perigos da caverna das maravilhas, e ainda os planos do maligno Jafar para se apossar do reino. Jasmine não tinha liberdade para escolher seu destino, mas mesmo que triste não se permite ter medo de Jafar. O gênio é piadista, falante, divertido e como Aladim e Jasmine, também tem um sonho, a sua liberdade. Juntos esse trio vive mil e uma aventuras e, assim, é o melhor filme da Disney com melodia emocionante. Muito legal a mensagem de que precisamos acreditar em nossos sonhos, nossos desejos, mesmo não tendo na vida real um gênio de verdade ao nosso lado”.

aladdin-live-action-blog-cinema-news

ANIMAÇÃO E LIVE ACTION

          Pois esta história compõe uma coletânea que remonta tempos imemoriais levadas ao ocidente pelo francês Antoine Galland por volta de 1704. Este reuniu diversas histórias atribuídas à figura da Rainha Sherazade, esposa do rei Shariar que matava todas as mulheres com quem casava desde que fora traído por sua primeira esposa. Ao casar-se com o rei, Sherazade passou a contar-lhe uma série de histórias (dentre elas Ali Babá e os 40 ladrões, Simbad o marujo entre outras) cuja inventividade e desenrolar mantiveram o rei entretido por mil e uma noites, ao final dos quais o rei abandonou sua sede de matança. Sherazade tornou-se um ícone como poder feminino já que usou o poder de suas palavras para mudar um reino. Sua façanha é mencionada em manuscritos datados do século IX e em diversas variações literárias reunindo contos folclóricos provenientes da Índia, do Oriente Médio e outras regiões próximas. A própria história original de Aladim se passa na China, e muitos historiadores acreditam que Galland modificou e acrescentou vários elementos por conta própria.

aladim 1917

O ALADDIN DO CINEMA MUDO COM ATORES INFANTIS

            A reconstrução do conto em uma cidade árabe já aparece em “Aladdin and the magical lamp”, adaptação de 1917. Nela, assim como no conto, a princesa não se chama Jasmine, mas Badr al-badur, e tanto ela quanto Aladim são interpretados por crianças. Em 1924, uma variação do mesmo conto das mil e uma noites gerou “O Ladrão de Bagda” (The Thief of Bagda) veículo para o estrelato de Douglas Fairbanks que impressionou as plateias do passado ao levitar sobre o tapete mágico. Em 1940, o mesmo foi refilmado com o ator indiano Sabu no papel do ladrão Abu que substitui Aladim como o bravo herói a desafiar o grão-vizir Jafar. O filme ganhou três Oscars: Melhor fotografia, direção de arte e efeitos especiais, estes de fato triunfantes ao mostrar Rex Ingram no papel do gênio. Em 1945, a Columbia Pictures realizou uma versão ainda mais livre do conto em “Aladim & A Princesa de Bagda” (A Thousand & One Nights) fazendo de Aladim um cantor sedutor que se apaixona pela princesa Armina (Adele Jergens). Entre as liberdades tomadas, o gênio é uma mulher (Evelyn Keyes) e Aladim ganha a companhia de um amigo trambiqueiro, Abdullah, interpretado por Phil Silvers, comediante de língua ferina extremamente popular nos anos 40 e 50. Silvers faz um personagem descolado e anacrônico portando óculos que ainda não tinham sido inventados e disparando a todo momento o irônico comentário de que nasceu mais de 1000 anos antes de seu tempo. Essa versão acabou se tornando uma pérola da antiga Hollywood.

aladim 1945.jpg

NA VERSÃO DE 1945 O GÊNIO É A ATRIZ EVELYN KEYES MAS É O COMEDIANTE PHIL SILVERS QUEM ROUBA A CENA COM SEU HUMOR FALASTRÃO

                Ainda tivemos uma versão brasileira da lenda estrelada por Renato Aragão e Dedé Santana em 1974 e dirigido pelo saudoso J.B Tanko. Entitulada “Aladim & A Lâmpada Maravilhosa”, o filme foi gravado no Rio de Janeiro e São Paulo e alcançou uma das dez maiores bilheterias nacionais. Outra versão livre intitulada simplesmente foi “Aladdin” de 1986 que teve Bud Spencer (da hoje esquecida dupla Trinity) no papel do gênio e com a ação transferida de Badga para a Miami oitentista.

aladim renato aragao.jpg

RENATO ARAGÃO, DEDÉ SANTANA & MONIQUE LAFOND NA VERSÃO BRASILEIRA DE ALADDIN

               Foi, no entanto, a versão de Disney de 1992 que se beneficiou do talento de um dos astros mais queridos do cinema americano, o ator Robin Williams, que roubou a cena no papel do gênio. A presença de Williams, maior que a tela, fez do gênio um dos pontos mais altos da animação, improvisando a maior parte de suas falas. Ainda que o público brasileiro tenha ouvido a excelente dublagem de Marcio Simões para o gênio, a personalidade histriônica de Robin Williams é contagiante. O ator, infelizmente, teve problemas posteriores com a Disney devido ao uso de sua imagem no personagem, mas é inegável que os animadores Ward Kimball e Freddie Moore souberam explorar a figura de Williams adaptando seu talento com as cores e formas múltiplas que o gênio assume ao longo da história. Williams, falecido em 2014, deixou um enorme legado com sua capacidade de extrair emoção e risadas com sua presença em cena, e o gênio é um de seus maiores feitos. Para o desenho de Aladdin, os animadores usaram o rosto de Tom Cruise como inspiração e acrescentaram os trejeitos do então, igualmente popular, Michael J.Fox (De Volta Para o Futuro). O resultado, além de bilheteria milionária, foi a conquista do Oscar de melhor trilha sonora, e de melhor canção para “A Whole New World” .

Robin Williams dubla genio

ROBIN WILLIAMS O GÊNIO QUE FEZ UM GÊNIO

              A refilmagem que traz Will Smith no papel do gênio mostra a grande mágica dessa história que, há gerações, vem nos divertindo com uma mistura de ação, humor e emoção pois todos se sentem atraídos por histórias que exploram grandes desafios, lugares fantásticos perdidos no tempo e no espaço mas encontrados no imaginário popular, um lugar ideal onde a mágica nunca deixou de existir e tampouco ficou limitada a três desejos. Como nas palavras de Robin Williams, O gênio que fez UM gênio, “Sou história, não sou mitológico, não importa… ei sou livre !!!” Livre com o poder do talento e de uma imaginação que atravessa bem mais do que mil e uma noites.

MEMÓRIAS DE UM CINÉFILO : MINHA INFÂNCIA COM OS TRAPALHÕES.

            Ô DA POLTRONA. OS BONS TEMPOS ESTÃO AQUI, OS TRAPALHÕES VOLTARAM AO CINEMA. A TRUPE FORMADA POR RENATO ARAGÃO, DEDÉ SANTANA, MUSSUM &  ZACARIAS TRANSFORMAVA O TRISTE FIM DE DOMINGO EM UMA DIVERSÃO. MINHA GERAÇÃO PASSOU INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA INDO AO CINEMA DUAS VEZES POR ANO (GERALMENTE NAS FÉRIAS) PARA ASSISTIR AOS FILMES DOS TRAPALHÕES, FORAM MAIS DE 40 FILMES SENDO 5 DELES (OS TRAPALHÕES NAS MINAS DO REI SALOMÃO , OS SALTIMBANCOS TRAPALHÕES, OS TRAPALHÕES NA GUERRA DOS PLANETAS, OS TRAPALHÕES NA SERRA PELADA, E O CINDERELO TRAPALHÃO) FIGURAM ATÉ HOJE NA LISTA DAS 13 MAIORES BILHETERIAS NACIONAIS CONTABILIZANDO MAIS DE 5 MILHÕES DE INGRESSOS VENDIDOS, DE ACORDO COM OS DADOS DA ANCINE (AGÊNCIA NACIONAL DE CINEMA).

             MINHA PRIMEIRA VEZ NO CINEMA FOI EM 1977 JUSTAMENTE PARA ASSISTIR “O TRAPALHÃO NAS MINAS DO REI SALOMÃO” , DE J.B.TANKO, DIRETOR DE ONZE FILMES DO GRUPO. AO FINAL DO FILME, ERA INEVITÁVEL DERRAMAR UMA TÍMIDA LÁGRIMA QUANDO LUPA, O CÃO FIEL AMIGO DE DIDI, MORRE EM UMA CENA PARA RESSUCITAR DEPOIS GRAÇAS AO PÓ MÁGICO DA BRUXA (VERA SETTA, A MÃE DA ATRIZ MORENA BACCARIN). A PRIMEIRA FORMAÇÃO DOS TRAPALHÕES, NO ENTANTO, COMEÇOU ENTRE 1966 E 1967 NA TV EXCELSIOR, COMPOSTA POR RENATO ARAGÃO, TED BOY MARINO, IVON CURY E WANDERLEY CARDOSO. O PROGRAMA SE CHAMAVA “ADORÁVEIS TRAPALHÕES” E ERA FEITO AO VIVO. EM 1971, ARAGÃO TEVE PASSAGEM PELA TV RECORD NO PROGRAMA HUMORÍSTICO “OS INSOCIÁVEIS” DIVIDINDO A CENA COM MANFRIED SANTANA, O DEDÉ, COM QUEM JÁ HAVIA TRABALHADO NO FILME “NA ONDA DO IÊ IÊ IÊ” (1966).

carlos-kurt-e-vera-setta

VERA SETTA & CARLOS KURT : AI, QUE MEDA !!!!

      POR VOLTA DE 1972, O GRUPO RECEBEU ANTONIO CARLOS BERNARDES GOMES, O MUSSUM – NOME DE UM PEIXE COMPRIDO DAÍ O APELIDO DADO NA VERDADE POR GRANDE OTELO. MUSSUM  ERA CARIOCA E MÚSICO INTEGRANTE DOS ORIGINAIS DO SAMBA. SEU PRIMEIRO FILME COMO TRAPALHÃO FOI “O TRAPALHÃO NO PLANALTO DOS MACACOS” DE 1976. O SUCESSO DO GRUPO PASSOU PARA A TV TUPI ONDE EM 1975 TEVE O ACRÉSCIMO DE MARIO GONÇALVES, O ZACARIAS – APELIDO DADO POR RENATO ARAGÃO. ESTAVA COMPLETO ENTÃO A TRUPE QUE NOS CINEMAS SEGUIA COM SUAS DIVERTIDAS PARÓDIAS, ATRAINDO MULTIDÕES PARA ASSISTIR “OS TRAPALHÕES NA GUERRA DOS PLANETAS” EM 1978. OS TRAPALHÕES ERAM RECRUTADOS PARA AJUDAR EM UMA REVOLUÇÃO EM OUTRO PLANETA CONTRA O MALVADO ZUCCO, INTERPRETADO POR CARLOS KURT, COADJUVANTE USUAL NOS FILMES DO GRUPO, UMA DIVERTIDA IMITAÇÃO DE DARTH VADER, VERSÃO BRASILEIRA.NESSA ALTURA, OS TRAPALHÕES JÁ HAVIAM INVADIDO AS HQS, COM DIVERTIDAS EDIÇÕES PUBLICADAS A PRINCIPIO PELA BLOCH EDITORES, E MAIS TARDE PELA EDITORA GLOBO. EU COMPRAVA E LIA TUDO.

REI E TRAPA.jpg

O REI & OS TRAPALHÕES: É FRIA NO MARROCOS, TURMA !!!!

         COM A POPULARIDADE CRESCENTE, OS TRAPALHÕES AMPLIARAM OS ESPAÇOS E OS RECURSOS A DISPOSIÇÃO. ASSIM, VIAJARAM AO MARROCOS PARA FILMAR “O REI & OS TRAPALHÕES” DE 1979 E ESTIVERAM NOS ESTUDIOS DE HOLLYWOOD PARA FILMAR “OS SALTIMBANCOS TRAPALHÕES” GRAVANDO BELÍSSIMO NUMERO MUSICAL COM LUCINHA LINS COM DIREITO A GRAVAÇÕES COM O TUBARÃO DE SPIELBERG E OS ROBÔS CILÔNIOS DE “GALACTICA”. EM UMA SEQUÊNCIA DE EXTREMA INVENTIVIDADE, DIDI ENCARA UM COWBOY QUE DIZ “THE GIRL IS MINE”, AO QUE DIDI RESPONDE DIZENDO “CUMA?”.

os-saltibamcos-trapalhc3b5es

LUCINHA LINS E OS SALTIMBANCOS TRAPALHÕES

       SÃO VÁRIOS OS MOMENTOS HILÁRIOS GRAVADOS NA MEMORIA AFETIVA DE TODOS, SEJA NA TV OU NO CINEMA: ZACARIAS COM RENATO CANTANDO “PAPAI EU QUERO ME CASAR”; MUSSUM CAINDO EM UMA MINA E CUSPINDO UMA “PEPITIS” EM “OS TRAPALHÕES NA SERRA PELADA” (1982); A TRUPE VESTIDA DE SUPER HEROIS COM MUSSUM DE FANTASMA, DIDI DE SUPERMAN, DEDÉ DE BATMAN E ZACARIAS DE ROBIN;  DIDI DE MARIA BETÂNIA CANTANDO TEREZINHA COM MUSSUM ENTRANDO COM MÉ NA MÃO OU A VERSÃO DA SUÁTI, POPULAR SERIADO POLICIAL DOS ANOS 70 QUE GEROU O FILME “ATRAPALHANDO A SUATI” EM 1983, SEM RENATO ARAGÃO, QUE TEMPORARIAMENTE HAVIA SE SEPARADO DOS DEMAIS.

A MORTE DE ZACARIAS EM 1990 E MUSSUM EM 1994 ACABOU COM UMA ERA DE OURO DE HUMOR ORIGINAL, GENIAL EM TODAS AS SUAS INSTÂNCIAS. ERA COMÉDIA CIRCENSE , SEM CONCESSÕES, COMPROMETIDA EM DIVERTIR DIFERENTES GERAÇÕES JÁ QUE AGRADAVAM CRIANÇAS E ADULTOS. NECESSÁRIO SERIA UM ESPAÇO MAIOR ONDE COMENTAR TANTAS LEMBRANÇAS QUE REMONTAM MINHA INFÂNCIA,  E DE MILHARES COMO EU QUE NÃO DESLIGAVAMOS A TV DAS SETE DA NOITE AOS DOMINGOS E APRENDEMOS QUE MULHER ERA BICHO BOM, CACHAÇA ERA MÉ, DINHEIRO ERA ARAME OU BUFUNFA. SE HAVIA PARA ALGUNS UM MOMENTO FAVORITO, BOM AÍ VAREIA. SE VOCÊ NÃO ENTENDE ESSE PORTUGUÊS, UM DIA DESCOBRIRÁ PORQUE OS TRAPAS SÃO FOREVIS. OBRIGADO, RENATO, DEDÉ, MUSSUM & ZACARIAS.

ESTREIAS DA SEMANA : A PARTIR DE 19 DE JANEIRO

XXX – REATIVADO

xxx

(XXX – THE RETURN OF XANDER CAGE) EUA 2017. Dir: D.J. CARUSO. COM VIN DIESEL, NINA DOBREV, SAMUEL l. JACKSON, TONY JAA, DONNIE YEN, NEYMAR. AÇÃO

XANDER CAGE, EX ATLETA DE ESPORTES RADICAIS, RETOMA A VIDA DE AGENTE SECRETO EM MISSÃO DE RECUPERAR A CAIXA DE PANDORA, UMA PODEROSA ARMA DAS MÃOS DE UM VILÃO CHINÊS. TERCEIRO FILME DO FRANQUIA, MAS O SEGUNDO ESTRELADO POR VIN DIESEL QUE NÃO QUIS CONTINUAR NO PAPEL EM “XXX – STATE OF THE UNION” DE 2005. ESTE TEVE ICE CUBE NO PAPEL CENTRAL COMO O AGENTE DARIUS STONE, QUE INCLUSIVE APARECE BREVEMENTE NESTE NOVO FILME. O VILÃO SERIA VIVIDO POR JET LI, QUE SEM EXPLICAR SUAS RAZÕES SE RETIROU DO PAPEL QUE FICOU COM DONNIE YEN. CONFORME MUITO DIVULGADO, O JOGADOR DE FUTEBOL NEYMAR TEM PASSAGEM COMO ATOR NESSE FILME, RECHEADO DE SEQUÊNCIAS DE AÇÃO DE SALTAR OS OLHOS DOS FANS DO GÊNERO, COMO VIN DIESEL SURFANDO … EM UMA MOTO. JOGUE A VEROSSIMILHANÇA FORA E SE DEIXE LEVAR PELO CLIMA DE AÇÃO OU IGNORE-O SE VOCÊ NÃO FOR ENTUSIASTA DO GÊNERO.

LA LA LAND – CANTANDO ESTAÇÕES

la-la-land

(LA LA LAND) EUA 2016. DIR: DAMIEN CHAZELLE. COM RYAN GOSLING, EMMA STONE, J.K.SIMMONS, ROSEMARIE DEWITT. MUSICAL.

GRANDE CAMPEÃO DE PREMIAÇÕES NO GOLDEN GLOBE, O FILME ESCRITO E DIRIGIDO POR DAMIEN CHAZELLE (O MESMO DE “WHIPLASH”) É UMA HOMENAGEM AOS CLÁSSICOS MUSICAIS HOLLYWODIANOS COM ROMANTISMO TÍPICO DE UM “CANTANDO NA CHUVA”. RYAN GOSLING VIVE UM PIANISTA DE JAZZ VAIDOSO E PRESUNÇOSO QUE SE APAIXONA POR UMA ASPIRANTE A ATRIZ, A BELA MIA (EMMA STONE), COM QUEM VIVE OS ALTOS E BAIXOS DE UMA RELAÇÃO TEMPERADA PELA BUSCA PELO SUCESSO E PELA REALIZAÇÃO DE SEUS SONHOS E AMBIÇÕES. É O TERCEIRO FILME EM QUE GOSLING E STONE TRABALHAM JUNTOS (AMOR A TODA PROVA DE 2011, E CAÇA AOS GANGSTERS DE 2013) . O FILME FAZ UM ADORAVEL TOUR PELA LOS ANGELES DE HOJE SEMPRE SE ASSUMINDO COMO A RETOMADA DE UM GÊNERO, NÃO COM PRETENSÕES, MAS COM A INTENÇÃO DE RESGATAR EMOÇÕES QUE TRAZEMOS ADORMECIDOS NUM MUNDO REAL POR DEMAIS CÍNICO. HÁ MUITAS PESSOAS QUE NÃO GOSTAM DE VER ATORES SUBINDO PELOS CARROS DA RUA, CANTANDO E DANÇANDO, MAS QUE TALVEZ SE SURPREENDAM  E QUEM SABE, SE PERMITAM EXPERIMENTAR UMA MAGIA QUE NO PASSADO TEVE NOMES COMO GENE KELLY, FRED ASTAIRE E JUDY GARLAND COMO GRANDES EXPOENTES. TUDO BEM QUE NÃO SEJA TÃO ESPETACULAR QUANTO OS FILMES DE OUTRORA, MAS NÃO PRECISA SER. BASTA NOS LEMBRAR DA IMPORTÂNCIA DE NOSSA BUSCA POR SONHOS, E JÁ TERÁ FEITO VALER A PENA O PREÇO DO INGRESSO.

OS SALTIMBANCOS TRAPALHÕES – RUMO A HOLLYWOOD

saltimbancos-2-01.jpg

BRA 2017. DIR; JOÃO DANIEL TIKHOMIROFF. COM RENATO ARAGÃO, DEDÉ SANTANA, LIVIAN ARAGÃO, ALINNE MORAES, MARCOS VERAS. COMÉDIA MUSICAL.

PEGANDO EMPRESTADO DE MEU PRÓPRIO COMENTÁRIO NO FILME ACIMA, PERSEGUIR SONHOS E ACREDITAR NELES FOI UMA BELA MENSAGEM EM MINHA INFÂNCIA DEIXADA PELO “SALTIMBANCOS TRAPALHÕES” ORIGINAL DE 1981. MAIS DE 30 ANOS DEPOIS, O FILME DO GRUPO, ADAPTADO DE UMA PEÇA DE CHICO BUARQUE, FOI RETOMADO EM UMA PEÇA DE TEATRO , E AGORA VOLTA ÀS TELAS COM DIDI E DEDÉ REPETINDO OS PAPEIS DE ARTISTAS DE CIRCO AMEAÇADOS POR UM CHEFÃO E UM MÁGICO INESCRUPULOSOS. AGUARDEM QUE POSTAREI EM BREVE NO BLOG UM ARTIGO SOBRE OS TRAPALHÕES, DEPOIS CLARO QUE MINHA EMOÇÃO ME PERMITIR POIS O NOVO FILME TRAZ DE VOLTA AQUELE GOSTINHO DE QUE OLHANDO DAQUI OU PARA ALI, VEMOS UM MUNDO ENCANTADO, NOSSA PRÓPRIA HOLLYWOOD, A ARTE CIRCENSE E O TALENTO MARCANTE DE RENATO ARAGÃO E DEDÉ SANTANA. SAUDADES CLARO DE MUSSUM E ZACARIAS.

MANCHESTER À BEIRA MAR

manchester

(MANCHESTER BY THE SEA) EUA 2016. DIR: KENNETH LONERGUN. COMM CASEY AFFLECK, MICHELLE WILLIAMS, KYLE CHANDLER. DRAMA.

CASEY AFFLECK (IRMÃO MAIS NOVO DE BEN) IMPRESSIONOU E LEVOU O GLOBO DE OURO DE MELHOR ATOR EM DRAMA POR ESSE PAPEL, O DE UM HOMEM EM LUTO PELA PERDA DE SEU IRMÃO E QUE TEM QUE CRIAR O SOBRINHO ADOLESCENTE, COM QUEM NÃO CONSEGUE LIDAR BEM. HISTÓRIA BONITA, FEITA PARA EMOCIONAR, QUE FIGUROU DURANTE ANOS NA LISTA NEGRA DE MELHORES ROTEIROS NÃO FILMADOS, NO CASO ASSINADO E DIRIGIDO POR KENNETH LONERGUN.

OS PENETRAS 2 -QUEM DÁ MAIS ? 

PENETRAS 2.jpg

BRA 2016. DIR: ANDRUCHA WADDINGTON. COM EDUARDO STERBLICTCH, MARCELO ADNET, DALTON MELLO, STEPAN NECESSIAN, MARIANA XIMENES, COMEDIA.

BETO (STERBLITCH) SAI DE HOSPITAL PSIQUIATRICO E VOLTA A SE ENVOLVER COM AS ARMAÇÕES DO MALANDRO MARCO (ADNET) QUE ENVOLVEM UM MILIONARIO SEDUTOR E UM MAFIOSO RUSSO.

IN MEMORIAN: BUD SPENCER

Bud Spencer

Com tristesa nos despedimos de Bud Spencer (1929 – 2016), a outra metade de um divertida dupla formada com Terence Hill. Eu assisti a vários dos dezesseis filmes que fizeram juntos, muitos deles exibidos pela Rede Globo aos domingos na segunda metade dos anos 80. Carlo Perdesoli, nascido em Napoli,  foi atleta olímpico e um fantástico nadador, ganhador de medalhas de ouro nos anos 50. Teve pequena participação no clássico “Quo Vadis” (1951), e pouco depois papeis menores se seguiram, nem sempre sendo creditado mas chamando a atenção por seu porte avantajado. Seu nome artistico juntou o nome da cerveja que adorava (Budweiser) e o nome de seu ídolo, o ator Spencer Tracy.

trinity ainda e meu nome

Ao lado de Terence Hill

Sua primeira parceria com Hill foi no western spaghethi “Deus Perdoa … Eu Não” (Dio Perdona . Io no) de 1967, mas o sucesso maior veio com “Chamam-me Trinity” (Lo chiamavano Trinitá). Ambos esbanjavam química como dois irmãos cowboys trambiqueiros mas que recorriam mais aos próprios punhos do que a revolveres. Criaram um estilo juntos, o de violência de desenho animado com humor e ação, entende-se muita pancadaria que encontrou admiração entre o público das duas décadas seguintes. Hill fazia o trambiqueiro galã e Bud o parceiro grandalhão invocado mas de bom coração. Repetiam a fórmula fosse como policiais relutantes (Dois Tiras Fora de Ordem em 1977), piratas (O Corsário Negro em 1971), agentes secretos (Dois Loucos com Sorte em 1983) etc.. Estiveram no Brasil em 1984 para filmar “Eu Você Ele & Os Outros” (Non c’é due senza quattro) sobre dois sosias de uma dupla de bilionários que toma seus lugares. Na passagem pelo nosso país participaram do programa dos Trapalhões na Tv Globo, e quebraram o pau em uma simulação das cenas de briga de seus filmes.

terence_hill_bud_spencer

Embora estivessem esquecidos pelo grande público, muitos ainda se recordam com carinho daquelas divertidas tardes em que assistiamos a dupla de Trinity. Vez ou outra Bud e Hill faziam filmes separados como “Banana Joe” (1982) em que fazia um ingênuo plantador de bananas.Também fez um divertido gêniuo da lâmpada brigão em “Aladim” (Superfantagenio) em 1986.  Falava o Português (além de espanhol e outros idiomas) tendo morado com a familia no Brasil durante um periodo de sua vida. escreveu sua auto-biografia e se reuniu com Hill uma última vez em 1994 em “A Volta de Trinity” (Botte di Natali) que , apesar da tradução em Português, não era uma sequência de Trinity. Em 2010 receberam o prêmio David di Donatelo pelo conjunto de sua obra. Era humilde e sempre dizia que não era ator, seu amigo Terence Hill de fato atuava. Essa humildade não impediu Bud de trabalhar de roteirista ocasionalmente. Fica a memória de uma figura carismática que soube divertir uma geração da qual fiz orgulhosamente parte. Faleceu de pneumonia nesta segunda dia 27, conforme comunicado por seu filho. Segundo este antes de seu último suspiro teria dito “Obrigado”. Que descanse em paz !

Carlo_Pedersoli_1950

O Campeão Olímipico Carlo Perdesoli, futuro Bud Spencer em 1950.