WOLVERINE – IMORTAL

 

Cartaz do filme

Cartaz do film    

Em 1982, o escritor de HQs Chris Claremont se juntou ao desenhista Frank Miller para fazer uma mini-série em 4 partes, mostrando Wolverine em uma aventura solo no Japão. Foi um sucesso de vendas já que este já despontava como o personagem mutante favorito dos leitores. Na HQ, Wolverine enfrenta o Tentáculo (uma espécie de Yakuza no universo de heróis Marvel) para proteger a jovem Mariko Yashida, por quem se apaixona, e cujo pai tem fortes ligações com a seita criminosa do Tentáculo. A história é movimentada, eletrizante e várias sequências são verdadeiros storyboards cinematográficos. Foi assim uma ótima ideia adaptá-la como a segunda aventura do mutante de garras no cinema. O primeiro filme, chamado “X Men Origens – Wolverine”( 2009) de Gavin Hood, embora não tenha dado prejuízo à Fox, não foi unânime junto aos fãs. A história, que deveria explorar as origens do personagem (retratada nas HQs em uma mini-série escrita por Paul Jenkins e desenhada por Andy Kubert) resultou em um filme enfadonho, que nunca empolga. O roteiro também é falho com mutantes demais aparecendo em cena e muitas sequências de ação criadas apenas para justificar uma história mal-costurada que se inicia no Canadá em 1845 e que mostra o início de seu ódio por Dentes de sabre (Liev Shreiber) que seria seu meio-irmão. Somente o carisma de Hugh Jackman – que parece ter nascido para o papel – sustenta os tropeços do filme que se passa antes dos eventos mostrados em X Men O Filme (2001).

Capa da minisérie  que inspirou o novo filme

Capa da minisérie que inspirou o novo filme

O novo filme funciona como um reboot – um recomeço ignorando o filme de 2009 – e já antenado com o vindouro “X Men – Dias de Um Futuro Esquecido”, o novo filme que está previsto para o próximo ano e no qual será a sétima vez em que Jackman interpretará o rebelde Logan. Wolverine é um personagem que se sustenta tranquilamente um filme como protagonista , como nas HQs para as quais foi criado originalmente por Len Wein, John Romita Sr & Herb Trimpe . A base para o personagem foi o Glutão ou Carcaju (Em inglês, Wolverine, um mamífero carnívoro da ordem dos mustelídeos, típico do Hemisfério Norte, mais especificamente do Canadá e Alasca, e que além de grande ferocidade para atacar possui grandes garras. Em sua primeira aparição, Wolverine foi mostrado em em um uniforme amarelo e azul , e inicialmente como mero coadjuvante de outro herói Marvel na revista “The Incredible Hulk” #180 de Outubro de 1974. No ano seguinte, o personagem já integrava a equipe do Professor Xavier, que ganhava um reboot nos quadrinhos em “Giant Size X Men”, com história de Len Wein e desenhos de Dave Cockrum.

Recriado nos gibis X Men

Recriado nos gibis X Men

Selvagem, rebelde, um animal canalizando sua fúria pela causa mutante, em um mundo louco que não aceita o diferente. A direção de James Mangold em “Wolverine – Imortal” (2013) ,inicia a narrativa a partir do final de “XMen – O Confronto Final” (2006) mostrando um Logan em busca de um recomeço depois da morte de Jean Gray (que reaparece em flashback) e tentando entender melhor sua existência. Essa análise filosófica acerca das motivações do personagem e sua natureza visa intencionalmente fragilizar o personagem que busca sua mortalidade, mas que destoa dos quadrinhos originais onde Logan nunca buscou o mesmo. Os adversários do novo filme são Víbora (Svetlana Khodchenkova em papel inicialmente proposto para Jessica Biel) e o Samurai de Prata (Win Yun Lee), que desafiam a honra de Logan quando este chega no Japão a pedido do milionário Shingen Yashida (Hiroyuki Sanada) cuja vida salvara durante a Segunda Guerra Mundial. O filme cujo roteiro foi escrito por Darren Aronofski (diretor de “A Fonte da Vida”) que foi inicialmente escalado para dirigir o filme, mas deixou o projeto e o roteiro acabou sendo reescrito por Christopher McQuarrie. O filme ganha um desnecessário sub-título (Wolverine – Imortal) e traz uma humanização do personagem, bem ao gosto de seu intérprete anunciou desejar. Este contou recentemente que foi seguiu os conselhos de Dwayne Johnson (Viagem 2 – A Ilha Misteriosa, O Acordo) para ficar em forma para o papel.

Nas histórias que se desenvolveram nas HQs da Marvel Comics, Wolverine foi mostrado como um mutante usado como experimento genético por militares, desmemoriado ele se juntou ao serviço secreto canadense, tornou-se temporariamente membro da Tropa Alfa (Equipe de super seres canadenses) até entrar para os X Men. Seu fator cura retarda seu envelhecimento e salvou sua vida quando teve adamantium (Liga metálica indestrutível, fictícia é claro) inserido como revestimento em seu esqueleto. Sua popularidade chegou a tal ponto que a partir de 2005 juntou-se à super equipe dos Vingadores e tornou-se espécie de trunfo da editora Marvel que usa o personagem como elemento para garantir altas vendas de suas revistas. A renomada revista “Empire”, em pesquisa datada de 2008, o elegeu o oitavo melhor personagem das histórias em quadrinhos.Foi um dos personagens mais explorados nos desenhos animados “X Men The Animated Series” (1992/1997) no qual teve a marcante dublagem de Isaac Bardavid , X Men Evolution (2000 / 2003) e Wolverine & Os X Men (2009).Nada mal para um personagem que surgiu como coadjuvante e hoje ocupa lugar privilegiado entre os grandes super heróis dos quadrinhos.

por Adilson Cinema

ESTREIAS DE SEMANA – 19 DE JULHO

TURBO. (EUA 2013). Dir: David Soren. Vozes : Rayn Reynoldsz, Paul Giamatti, Michelle Rodriguez, Ryan Reynolds, Samuel L.Jackson.

Ele é Veloz. Os outros são furiosos

Ele é Veloz. Os outros são furiosos

Caracol sonha em ser veloz, o que consegue depois que um impróvavel acidente o transforma em uma criatura super veloz, tal qual seu ídolo, piloto campeão das 500 milhas de Indianápolis. Animação típica do período de férias escolares e voltado para toda a família. Produzida pela Dreamworks, a mesma de Shrek e Kung Fu Panda. O rapper Snoop  Dogg canta a canção tema do filme “Let the Bass Go”  além de dublar o personagem Smoove Move. É o segundo filme dublado por Ryan Reynolds que também fez a boz de Guy no desenho “The Croods’. Na versão dublada Bruno Garcia e Ísis Valverde (Maria Lucia em “Faroeste Caboclo”) fazem respectivamente as vozes de Chef (irmão de Turbo) e Brasa (a unica integrante feminina da corrida de caracóis).

 

O CONCURSO (Bra 2013). Dir: Pedro Vasconcellos. Com Danton Mello, Sabrina Sato, Fabio Porchat, Emiliano Queiroz, Jackson Antunes.

Rir é um bom remédio

Rir é um bom remédio

Quatro finalistas para a vaga de juiz federal ficam amigos e passam juntos os últimos momentos antes da prova decisiva, tentando arranjar antecipadamente o gabarito da prova para se darem bem, mas só encontram confusão no caminho. É o primeiro filme dirigido por Pedro Vasconcelos que vem de carreira admiravel na TV (Alguém lembra da novela Vamp ?) e Sabrina Sato (comediante do programa Panico). Fabio Porchat e Danton Mello já haviam trabalhado juntos antes em “Vá que dá certo”  e estão em boa sintonia com seus personagens.

 

SIMPLESMENTE UMA MULHER (jUST lIKE A WOMAN) EUA / RU / FR  2012. Dir: Rachid Bochared. com Sienna Miller, Golshifteh Farahani.

Lembra Thelma & Louise

Lembra Thelma & Louise

Duas amigas partem em viagem depois da desilusão amorosa de uma delas e se inscrevem em concurso de dança do ventre. Guarda elementos de um road-movie (no estilo “Thelma & Louise)  e fala de amizade e apuros de duas amigas mesclando drama e humor.

 

por Adilson Cinema

OS CRIMINOSOS NÃO MERECEM PRÊMIO – 50 ANOS

Paul Newman & Elke Sommer

Paul Newman & Elke Sommer

Politicamente, a guerra fria foi um período de extrema inquietude e paranóia, mas no campo da literatura e do cinema rendeu histórias ricas em ritmo e ação, basta mencionar James Bond – o maior expoente desse meio que tornou a figura do espião um herói charmoso. Incontáveis foram as histórias contadas dentro desse filão em que Bond é só a ponta do iceberg. Uma delas que completa agora 50 anos de seu lançamento e que é desconhecida do público em geral é “Os Criminosos Não Merecem Prêmio” (1963).

A trama segue a fórmula hithcockiana do suspense político onde um homem comum se vê envolvido em uma teia de intrigas. Durante a entrega do prêmio Nobel em Estocolmo, Suíça, o escritor norte-americano Andrew Craig (Paul Newman) descobre acidentalmente que o cientista Dr.Max Stratman (Edward G.Robinson – famoso pelos papéis de gangsters e vilões crueis), laureado com o Nobel de Física, foi trocado por um sósia enquanto o verdadeiro é enviado para trás da Alemanha Comunista (a chamada cortina de ferro) . Como tem má reputação por ser mulherengo e beberrão, a credibilidade de Craig é zero, principalmente por não esconder sua insatisfação e pouco caso com a premiação, que vem a ele em período de um incômodo bloqueio que o impede de escrever. Cada vez que, por conta própria, investiga a conspiração, Craig tem sua vida ameaçada sem que ninguém acredite nele, nem mesmo a polícia ou sua assessora, a bela Inger Lisa Anderson (Elke Sommer). Algumas sequências despertam tensão na mesma medida que humor como na cena em que ao se esconder de assassinos, o cínico escritor se refugia em uma conferência de nudista, provocando o maior tumulto.

Amor em meio à intriga política

Amor em meio à intriga política

Outros personagens se destacam na trama como Emily Stratman (Diane Baker) , a sobrinha do cientista sequestrado que parece saber mais do que diz, os médicos Dr.Carlo Farelli (Sergio Fantoni) da Itália e Dr.John Garrett (Kevin McCarthy) dos Estados Unidos que dividem os louros do mesmo prêmio com desconfiança de plágio e roubo, o físico dr. Claude Marceau (Gerard Oury) que traz sua secretária e amante para desgosto de sua esposa, a insatisfeita Dr.Denise Marceau (Micheline Presle), entre outros. No livro escrito por Irving Wallace, no qual o filme se baseou, todos os personagens são mais detalhados em suas motivações e problemas. O próprio protagonista no livro sofre o bloqueio por carregar a culpa por um acidente que causou a morte de sua esposa. A vida pessoal dos indicados ao Nobel é tratada de forma a humanizá-los, mostrando como pessoas que carregam dramas e decepções apesar do sucesso profissional que os levou ao famoso prêmio. O livro, lançado em 1961 foi uma das grandes obras de ficção do escritor norte americano Irving Wallace (1916 – 1990) e apesar de datado quanto ao pano de fundo que é a guerra fria, é um ótimo exemplo de narrativa envolvente e que acaba por servir bem como registro histórico do período retratado.

Elke Sommer, Paul Newman, Edward G. Robinson & Diane Baker

Elke Sommer, Paul Newman, Edward G. Robinson & Diane Baker

O filme dirigido por Mark Robson não esconde as semelhanças com Hitchcock já que tanto “Intriga Internacional” (1959) como “Os Criminosos Não Merecem Prêmio” (1963) foram roteirizados por Ernest Lehman. Outra coincidência é a presença do veterano Leo G.Carroll (1886 – 1972) que no primeiro interpreta o misterioso Professor, chefão do serviço secreto americano e no segundo faz o Conde Jacobsson, o paciente coordenador da premiação na Suiça. Além disso, tanto Cary Grant no caso de “Intriga Internacional” como Paul Newman em “Os Criminosos … ” interpretam personagens desacreditados, perseguidos por uma conspiração maior e envolvidos com mulheres misteriosas. Curiosamente, o próprio Paul Newman teve em sua vida uma relação de descontentamento com outro prêmio famoso, o Oscar que lhe foi conferido em 1986 por “A cor do dinheiro” depois de inúmeras indicações frutradas e trabalhos mais relevantes que a obra premiada. Quando ganhou, Newman teria dito “Ganhar um Oscar é como flertar com uma bela mulher durante anos. Quando ela finalmente se rende, você diz – agora estou cansado”.

O livro escrito por Irving Wallace

O livro escrito por Irving Wallace

No desenrolar da trama de “Criminosos não merecem prêmio” , todos os personagens tem suas vidas modificadas de alguma forma e tem faces de suas personas trazidas à superfície, sendo o ponto mais notável os médicos rivais que precisam unir seus conhecimentos ao final para salvar a vida do Dr.Stratman ou o próprio protagonista que é tirado de sua inércia física e mental ganhando novo estímulo criativo ao desvendar a trama que se revela nos bastidores do prêmio Nobel. Curiosamente, o próprio Paul Newman (1925 – 2008) voltou a se envolver com a guerra fria em outro filme do mesmo gênero “Cortina Rasgada” (1966) do mestre Alfred Hitchcock. O filme de Mark Robson é bem menos conhecido mas uma diversão agradável para quem goste do filão e lamentavelmente muito pouco reprisado na Tv, nem mesmo tendo sido lançado em dvd ou blu ray no Brasil. Aos que o conhecem o filme ou venham a ter a oportunidade fica uma movimentada e envolvente história em que o verdadeiro protagonista acaba sendo mesmo o citado prêmio, motivo pelo qual batiza originalmente a obra literária.

por Adilson Cinema

CLEÓPATRA – 50 ANOS DO CLÁSSICO

O Cartaz de Cleópatra

O Cartaz de Cleópatra

Ben Hur, Quo Vadis, Os Dez Mandamentos, Spartacus entre outros são épicos que entraram para a história do cinema em produções luxuosas geralmente encenadas com elenco estelar. Um deles em especial completa esse ano 50 anos de seu lançamento : “Cleópatra”. O filme, lançado em Junho de 1963 já havia sido adaptada outras vezes para o cinema: Três vezes no cinema mudo, sendo uma delas (1917) com a lendária “vamp” do período silencioso Theda Bara; e em 1934 dirigido por Cecil B.De Mille com Claudette Colbert como a primeira rainha do Nilo do cinema falado, em uma produção orçada em US$ 842.000 e que evitou as abordagens teatrais baseadas em Shakespeare ou George Bernard Shaw. O filme foi indicado para 5 Oscars e ganhou apenas o de melhor fotografia. Dez anos depois foi a vez de Vivian Leigh (a Scarlet O’Hara do clássico “E O Vento Levou”) quem a interpretou em “Cesar & Cleópatra” (1945) adaptando a peça homônima de George Bernard Shaw. Há algum tempo falava-se em uma refilmagem com Angelina Jolie, mas o projeto não decolou. Certamente, nenhuma delas teve a beleza tão transbordante nas telas quanto Elizabeth Taylor.

Busto de Cleópatra

Busto de Cleópatra

Contudo, nenhuma delas se aproxima da verdadeira imperatriz egípcia. Segundo os registros históricos, esta tinha o nariz mais pontudo e a pele bem mais morena. Sua efígie está marcada em antigas moedas e estátuas vislumbradas em museus. Apesar de sua imagem está sempre associada ao estereótipo de uma mulher extremamente sedutora, a rainha do Nilo era uma diplomata quando necessário e possuía habilidades intelectuais: Sabia falar mais de uma língua, possuía conhecimentos matemáticos e era astuta suficiente para sobreviver durante um longo tempo em um país dominado por Roma. Uniu-se em matrimônio aos 18 anos a Ptolomeu XIII, seu irmão de dez anos, já que na cultura egípcia não havia a conotação de incesto, pois assim a linhagem real estaria assegurada. Quando Roma invadiu seu país, segundo historiadores, enfiou-se em uma enorme sacola para papiros para chegar até o General Romano Julio Cesar, de quem se tornou amante e com quem teve um filho. Após a morte de Cesar, tornou-se amante de Marco Antônio, figura forte em Roma. Sua lendária morte, picada por uma serpente, já foi inclusive fonte de discussão entre estudiosos. No início da década de 60, a 20th Century Fox, que vinha de uma série de insucessos buscava um projeto que a levasse de volta ao topo e o escolhido foi a história da imperatriz egípcia que a princípio sería rodada com Joan Collins, Susan Hayward e Audrey Hepburn. Ao ser convidada para o icônico papel, Liz Taylor – na época casada com o cantor Eddie Fisher – teria respondido que “só faria se fosse por um milhão de dólares”. A Fox aceitou fazendo de Liz a primeira atriz a ganhar tal soma, em um acordo que se apoiava no poder em cena da atriz, que ainda ganharia um percentual da bilheteria.

Elizabeth Taylor

Elizabeth Taylor

Contudo, os problemas começaram a acontecer durante as filmagens (iniciadas em 1960) na Inglaterra quando Liz contraiu forte pneumonia e teve inclusive que ser submetida a um a traqueotomia. O incidente causou um atraso gigantesco nas filmagens que foram transferidas para a Itália e todo o material rodado na Inglaterra foi jogado fora, assim como toda a cara cenografia teve que ser descartada. A direção que ficaria a cargo de Reuben Mamoulian (de “Marca do Zorro”) ficou vazia quando este se desligou do projeto. Como o contrato de Liz Taylor lhe dava o poder de escolha e veto para a cadeira da direção, esta acabou ficando com Joseph L. Mankiewics com quem a estrela já havia trabalhado antes em “De Repente no Último Verão” (1959). A princípio, o diretor queria fazer dois filmes com três horas de duração cada e que se chamariam “Cesar & Cleópatra” e “Anthony & Cleópatra”, mas os gastos cada vez maiores (fontes indicam que passou dos US$ 40 milhões) levaram a Fox a pressionar Mankiewics para montar um único filme, o que levou ao corte de 90 a 120 minutos de cenas rodadas. Outra mudança inicial foi o papel de Julio César, que seria de Peter Finch, mas o atraso nas filmagens o levou a se desligar do papel que acabou com o ator inglês Rex Harrison. Este, ao assinar o contrato exigiu que seu rosto aparecesse nos cartazes promocionais do filme junto ao de Liz e Richard Burton, o ator que interpreta Marco Antônio – papel vivido por Marlon Brando em “Julio Cesar” de 1953 e que chegou a ser sondado para reprisar o papel em “Cleopatra” (1963). Stephen Boyd (o Messala de Ben Hur) também chegou a acertar como Marco Antônio mas também abandonou o papel devido ao atraso para as filmagens. Uma das maiores injustiças na história do Oscar foi cometida com Roddy McDowall que interpreta Otaviano em “Cleópatra”. Quando a Fox encaminhou o nome de McDowall para a Academia para a qual deveria de ser indicado como melhor ator coadjuvante, cometeu o equívoco de registrar a indicação apenas como melhor ator. Apesar de tentar retificar o fato, já havia passado o prazo necessário e a Academia negou a McDowall sua indicação que contava com o favoritismo.

Roddy McDowall como Octaviano

Roddy McDowall como Octaviano

Tantos incidentes ainda foram poucos. Algumas atrizes que trabalhavam como escravas e servas de Cleópatra fizeram greve de alguns dias para conseguir guarda-costas pois vários italianos, entre os extras, as beliscavam. Os cenários, todos os 79 eram grandiosos e demoraram a ser construídos como o Fórum de Roma, construído nos estúdios de Cinecittá, cujo tamanho era três vezes mais que o original. Contudo, um dos fatores que mais atraiu publicidade foi o caso de amor entre Elizabeth Taylor e Richard Burton que alimentava os tabloides da época. Liz e Richard ainda eram casados e o escândalo foi tão grande que até o Vaticano se pronunciou condenando os atores. Liz & Richard assumiram o romance, separaram de seus respectivos conjugues e se casaram, vivendo uma relação de idas e vindas, de amor e ódio, ao longo de 11 filmes e 10 anos de casamento. Um ano depois de se separarem, o casal reatou e voltaram a se casar ficando por mais um ano ao fim do qual voltaram a se separar. Essa relação turbulenta e apaixonada gerou o filme para Tv “Liz & Dick” (2012) com Lindsay Lohan (outra cuja vida vive nos tabloides) como Elizabeth Taylor.

Liz Taylor & Richard Burton

Liz Taylor & Richard Burton

O que aconteceu com “Cleópatra” foi resultado de egos inflados e decisões equivocadas dos chefões da Fox. Orçamentos milionários diversas vezes não garantiram o sucesso de um filme. O ritmo arrastado em uma montagem que supervaloriza os diálogos e o efeito “Liz em cena” não foram o suficiente para um bom resultado nas bilheterias em um filme que não soube equilibrar os superlativos da produção com a narrativa. O filme quase levou à falência da Fox só pagando seu alto custo depois de contabilizada a bilheteria internacional e a venda do filme para exibição na TV. Revisto à luz da atualidade, seu custo que hoje atualizado seria de US$ 330 milhões gastos em cenários grandiosos, salários altos (além de Liz ter ganho um milhão, o diretor – que quase abandonou o projeto – teria recebido 4 milhões) e luxuoso figurino: Foram criados 26.000 peças de vestuário, sendo que Liz troca de roupa 65 vezes (um recorde para a época) ao custo de US$ 194.800 incluindo uma vestimenta feita de ouro de 24 quilates. A aura mítica do filme, contudo, o torna uma agradável reprise, já lançado em blu Ray em uma edição comemorativa dos 50 anos , e que nos leva de volta a uma Hollywood que apesar de mitológica, mágica e sedutora, nunca deixou também de ser turbulenta, polêmica e cercada de intrigas de bastidores, sendo talvez até por isso mesmo deliciosa de ser reavaliada.

A Edição americana do filme em blu ray

A Edição americana do filme em blu ray

por Adilson Cinema

O CAVALEIRO SOLITÁRIO NÃO É O ZORRO

Ele não é o Zorro

Ele não é o Zorro

Há várias versões para os motivos dessa confusão. Há quem afirme que foi uma estratégia de mercado nomeá-lo com o mesmo nome que um personagem que já era bastante popular em vez de tentar traduzir o termo “Ranger”, que não de fácil compreensão por aqui. De acordo com outra teoria, os distribuidores confundiam os dois personagens devido a uma série de coincidências : Primeira: Em 1936 o ator Robert Livingstone interpretou o espadachim hispânico em “The Bold Caballero” e também fez o cavaleiro solitário no seriado da Republic “The Lone Ranger Rides Again”. Segundo : Clayton Moore que interpretou o herói cowboy na série de Tv também interpretou um descedente do herói espadachim no seriado da Republic “The Ghost of Zorro” (1949). De qualquer modo, naqueles tempos mais simplórios bastava uma máscara preta para que as pessoas associassem ao Zorro. Quando a editora Ebal adquiriu este para publicação, o diferenciou do Lone Ranger estampando na capa o título “Zorro – Capa & Espada”.

O herói na TV

O herói na TV

Ainda em 1938, aconteceu a primeira adaptação para os cinemas em um seriado da Republic com Lee Powell como o herói que foi chamado de “O Guarda Vingador” e Chief Thundercloud (um autêntico índio) como Tonto. No ano seguinte, Robert Livinstone substituiu Lee Powell na sequência “The Lone Ranger Rides Again” . Com a chegada da Tv, a produção dos seriados de cinema declinou e o herói de George Trendle foi o primeiro do gênero produzido especialmente para o novo meio, no caso a ABC. A popularidade do cavaleiro solitário atingiu níveis sem precedentes com Clayton Moore no papel título e Jay Silverheels, um descedente de índios Mohawk como Tonto. Ambos se tornaram um modelo de conduta e moralidade para as crianças, exatamente como era do desejo de George Trendle. Como estratégia para conquistar novos telespectadores, a ABC reprisava uma vez por ano o episódio de origem do herói, dando a Moore e Silverheels cada vez mais o status de celebridade, antes mesmo que o termo fosse empregado. Reza a lenda que certa vez, Bill Ward, que era dublê de Clayton Moore, levou uma bela figurante para o estúdio de filmagem e seu nome era Norma Jean, a futura estrela Marilyn Monroe. Após os 22 primeiros episódios da série, Jay Silverheels sofreu um ataque cardíaco e foi substituído temporariamente por Chuck Courtney como Dan Reid, sobrinho do herói mascarado.Este   anos mais tarde enriqueceu e teve um filho chamado Britt Reid que também se tornou um justiçeiro mascarado, criado por Geroge Trendle, e que se chamou …. Besouro Verde. Lembram do filme ?

por Adilson Cinema

ESTREIAS DA SEMANA : 11 DE JULHO – O CAVALEIRO SILITÁRIO

Não se preocupe com o fato de que esse “Cavaleiro Solitário” tenha sido um fracasso em sua recente estreia nos Estados Unidos em 3 de Julho. A história do jovem patrulheiro John Reid que é salvo da morte pelo índio Tonto e juntos se tornam justiçeiros no velho oeste é criação do produtor George W. Trendle para um programa de rádio de sua estação em Detroit em 1933. Com roteiros de Fran Stryker, o personagem foi um sucesso em todas as mídias que estrelou: quadrinhos publicados a partir de 1938, seriado de cinema e a clássica série estrelada por Clayton Moore e Jay Silverheels entre 1949 e 1957, embalados pela clássica ópera “William Tell Overture” do italiano Giocchino Rossini que foi escolhida como tema do heroi porque já era de domínio público quando o programa de radio surgiu, e logo não haveria custo com os direitos autorais. Ainda houve uma refilmagem em 1981 com os desconhecidos Klinton Spilsbury e Michael Horse e que teve Christopher Lloyd (o Doc Brown de “De Volta Para o Futuro” como vilão.

O problema dessa releitura do personagem é que houve um investimento muito alto da Disney que se torna difícil de se pagar se tratando de um Faroeste, gênero que já não tem o mesmo apelo junto ao público moderno. Além disso, o filme foi vendido de forma errada, praticamente como sendo um novo “Piratas do Caribe’, já que tem Gore Verbinski na direção e Johnny Depp cuja personificação do índio Tonto torna automática a comparação com Jack Sparrow. Contudo, são personagens distintos e com histórias diferentes. O filme, no entanto, é divertido e empolgante se você não embarcar nessas comparações e lembrar que o valor de um filme não pode ser medido única e exclusivamente pela bilheteria. Há várias sequências que homenageiam elementos do gênero e o fato de Tonto (Depp) ter uma importância na história equivalente ao do cavaleiro solitário (Armie Hammer, o príncipe do filme “Espelho Espelho Meu”) adiciona algo novo para a história desse justiçeiro mascarado que no Brasil já foi confundido com o Zorro.

por Adilson Cinema

SUPERMAN NAS TELAS

     

Desde que venderam o Superman para a Dc Comics Jerry Siegel & Joe Shuster, os criadores do personagem,  empreenderam uma batalha de Davi contra Golias processando a DC Comics que lhes negavam os direitos de propriedade intelectual. Siegel & Shuster não eram creditados pelas histórias do personagem, não conseguiam novas oportunidades, tendo que sobreviver em trabalhos menores tanto em prestígio quanto em retorno financeiro. Isso só melhorou a partir de 1975 quando a DC Comics, já de propriedade do grupo Warner, passou a pagar $20.000 dólares anuais de pensão vitalícia à dupla de criadores (Shuster nesta época estava cego) além de crédito nas histórias e em todas as mídias correspondentes.E foram várias adaptações : O desenho dos Irmãos Fleischer nos anos 40, o seriado de cinema com Kirk Alyn (este quando voava era trocado por um desenho animado), espetáculo na Broadaway e vários seriados de TV começando com George Reeves (retratado no filme “Hollywood – Nos Bastidores da Fama” (2006).

Em 1978,  estreou a super-produção “Superman O Filme”, dirigida por Richard Donner e produzida por Alexander & Ilya Salkind que realizaram uma das melhores adaptações de um herói dos quadrinhos até hoje. Os efeitos especiais fizeram jus à frase promocional que dizia “Você vai acreditar que um homem pode voar”. Depois que nomes como Warren Beatty, Burt Reynolds, James Caan, Clint Eastwood, Patrick Wayne (Filho de John Wayne) e Robert Redford foram sondados, alguns descartados e outros simplesmente recusaram,o então novato Christopher Reeve assumiu o papel do herói usando Cary Grant (conforme o próprio Reeve revelou mais tarde) como modelo para sua atenção como o desajeitado Clark Kent. O elenco estelar incluía Marlon Brando como Jor El (recebendo uma quantia recorde de $3.7 milhões para o papel de pai biológico do Superman), Glenn Ford (do clássico “Gilda”) como Jonathan Kent, o pai adotivo do herói e Gene Hackman como o vilão Lex Luthor, papel que chegou a ser oferecido a Jack Nicholson e Gene Wilder. O orçamento de mais de $50.000.000 foi investido em um primoroso roteiro escrito inicialmente por Mario Puzo (de “O Poderoso Chefão”) e reescrito depois por Robert Newman, Leslie Newman & David Newman, com cenas impactantes como o Superman segurando um helicóptero em plena queda ao salvar Lois Lane, o vôo romântico à noite embalado pela belíssima trilha sonora de John Williams e o terremoto ao final do filme quando o Superman mergulha na falha de San Andreas para salvar toda a Callifórnia e que seria originalmente o final do primeiro filme que terminaria com o herói atirando o míssil nuclear no espaço que serviria de gancho para o segundo filme, já que assim inadvertidamente, o herói liberta o General Zod da Zona Fantasma.
Na forma como foi concebido originalmente por Richard Donner, a cena em que o Superman faz a Terra girar ao contrário seria o desfecho do segundo filme, para fazer a abelhuda Lois esquecer sua identidade secreta. Contudo, desentendimentos entre Donner e os Salkind causaram a demissão do diretor e a montagem do filme à sua revelia. De forma que Donner não recebesse os créditos por “Superman II”, Richard Lester foi contratado e várias sequências foram refilmadas até a versão que chegou aos cinemas em 1980. Marlon Brando processou os Salkind por não recebimento da porcentagem na bilheteria que lhe cabia no contrato e se recusou a voltar a filmar. Gene Hackman também não voltou em solidariedade a Donner e todas suas cenas pertencem ao material iniciado por Donner. Apesar de tudo, “Superman II” foi um grande sucesso com cenas que traduzem com perfeição o universo das HQs do herói.Na história, Superman enfrenta o General Zod, interpretado por Terence Stamp, e que vem a ser o vilão do novo longa de Zach Snyder. A versão original de Donner só seria recentemente conhecida ao ser lançada em Blu Ray e trata-se de um filme ainda superior ao que foi visto nas telas na época.


Infelizmente, todo o tom épico dos dois primeiros filmes se perdeu quando Richard Lester voltou para dirigir “Superman III”, lançado em 1983. A primeira mudança foi o tom de humor que prevalece em todo o filme com um vilão interpretado pelo comediante Richard Pryor, extremamente popular na época. Margot Kidder que expressara na época dos segundo filme sua rejeição por Lester teve seu papel no terceiro filme cortado para meros cinco minutos em cena e o interesse romântico de Clark se volta para Lana Lang (Annete O’Toole) sua namoradinha de infância em Smallville. Um ano depois, foi lançado o filme “Supergirl” , a prima do Superman nos quadrinhos com a estreante Helen Slater (no papel da heroína de Krypton inicialmente oferecido a Brooke Shields), Faye Dunaway, Peter O’Toole e Brenda Vaccaro. Até Marc McClure, o Jimmy Olsen dos filmes com Christopher Reeve faz uma breve aparição como forma de ligar os filmes e iniciar uma nova franquia, mas o filme foi um fracasso na época, a pior bilheteria dos filmes da franquia, enterrando qualquer possibilidade de continuação.


Em 1987, o homem de aço estava prestes a completar 50 anos de sua criação e o carro chefe das comemorações seria o recomeço de suas Hqs que seriam reescritas por John Byrne e o lançamento de “Superman IV – Em Busca da Paz” com Christopher Reeve. Este resistiu no princípio, mas acabou concordando e co-roteirizando a história que mostraria o Superman intervindo na política do planeta e destruindo todo o arsenal nuclear que pudesse levar o planeta à sua destruição. Um bom ponto de partida que foi, no entanto, prejudicado por um desenvolvimento muito inferior e um orçamento irrisório nas mãos da produtora Cannon. Mesmo com a volta de Gene Hackman como Lex Luthor e a entrada da beldade Mariel Hemingway para competir pelo coração do herói, o filme foi um triste canto-do-cisne para Reeve à frente do personagem que encarnou à perfeição, como se tivesse literalmente saído das páginas originais de Jerry Siegel & Joe Shuster.

Depois de mais desenhos feitos para a Tv e duas séries de sucesso: “Lois & Clark” de 1993 e “Smallville” de 2001, o personagem ainda voltaria ao cinema em “Superman Returns” ( 2006) com Bryan Singer (dos filmes dos X Men) na direção e partindo do final de Superman II para desenvolver o filme que veio a se chamar “Superman Returns” com Brandon Ruth, Kate Bornsworth e Kevin Spacey respectivamente nos papeis de Clark, Lois e Luthor. O filme foi mal-recebido porque deixou-se levar demais pelo tom de homenagem ao trabalho de Richard Donner, e sem a ação necessária para um filme de superherói, fazendo a Warner redirecionar seus esforços para os filmes de Batman de Christopher Nolan, que produz o novo filme que trará Henry Cavill como um Superman bem diferente do já mostrado anteriormente, mais agressivo, mais realista e retirando algumas das ideais de historias recentes como “Legado das Estrelas” e “Novo Krypton”. As comparações serão inevitáveis e a proposta e conquistar um novo espaço para o personagem que perdeu muito de seu público mas que ainda promete nos fazer crer que um homem ainda pode v

por Adilson Cinema

ESTREIAS DA SEMANA : 12 DE JULHO – O HOMEM DE AÇO

O Novo Superman

O Novo Superman

Se você se pergunta se o Superman ainda tem qualquer relevância como salvador do mundo, primeiro esqueça a inocência da era Christopher Reeve. Esta é a personificação definitiva do personagem no cinema, mas sua imagem de herói politicamente correto e modelo de conduta e moral envelheceu. O Superman de “O Homem de Aço”, que finalmente chega às nossas telas agora é uma figura deslocada entre os humanos, em dúvida quanto ao seu papel e mais agressiva, em sintonia com os tempos atuais em que um filme de ação é praticamente um videogame com atores. É essa sensação que surge nas cenas de batalha que devastam a mítica cidade de Metropolis.
Não adianta comparar com o filme clássico de 1978, embora várias vezes acaba sendo inevitável dada a falta que faz a trilha sonora de John Williams, aqui substituída pela de Hans Zimmer que não empolga tanto. A figura de Henry Calvin como o homem de aço do título é apresentado com paralelos óbvios com Cristo. Tudo bem, Zach Snyder não é Richard Donner, mas é aqui que as comparações cessam pois são filmes diferentes, feitos para platéias diferentes e mesmo o leitor de HQ (para quem o filme tem sempre um efeito diferente) precisa se despir das expectativas. O Superman do saudoso Christopher Reeve tinha como missão provar que o homem pode voar, o de Henry Cavill precisa mostrar que uma releitura do personagem consegue torná-lo mais interessante para um público mais acostumado com deuses nórdicos e homens de ferro.
O elenco reunido é ótimo : a Lois Lane de Amy Addams é mais participativa na história, Lawrence Fishburne é agradavel presença como o editor Perry White, assim como o Jonathan Kent de Kevin Costner, pilar de integridade que irá redirecionar as incriveis habilidades de Clark Kent. Russsel Crowe faz um Jor El mais ativo e heróico que Marlon Brando cuja figura era do cientista. Crowe luta em Krypton como Kal El lutará na Terra. Já Michael Shannon deixa pesar demais o lado físico de seu vilão sem explorar as habilidades estrategístas de seu general Zod.
É preciso afinal assistir ao filme sem grandes expectativas pois não é um filme ruim, mas poderia sem bem melhor se a Warner/DC Comics não tivesse tanto a preocupação de fazer deste o carro chefe de outros filmes para competir com os bem sucedidos heróis da Marvel. Para o alto e avante !!!!!

por Adilson Cinema

MÁGICA NAS TELAS

Wolverine enfrenta Batman

Wolverine enfrenta Batman

Com a estreia de “Truque de Mestre” , vale a pena lembrar alguns filmes que trataram do mesmo assunto recentemente. Em 2006, Hugh Jackman (Wolverine) e Christian Bale (Batman) eram mágicos rivais que se enfrentavam obsessivamente para realizar um truque de desaparecimento inédito. O filme “O Grande Truque” (The Prestige)  dirigido por Christopher Nolan trazia Michael Caine como um mágico veterano que assessorava os rivais e Scarlet Johanson como o interesse romântico de ambos. O filme é ótimo e  tem um final surpreendente.No mesmo ano, o diretor Neil Purge realizou “O Ilusionista” (The Ilusionist) com Edward Norton no papel de Eisenheim, mestre da ilusão, que usa todas suas habilidades – que incluem a necromancia (adivinhação do futuro através dos mortos) – para reconquistar um amor de seu passado, a Duquesa Sophie (Jessica Biel), prometida para o maquiavélico Leopold (Rufus Sewell). Além disso, Eisenheim escapa habilmente das mãos do inspetor Uhl (Paul Giamatti) que o persegue implacavelmente. Edward Norton fez ele próprio os truques de mágica de seu personagem, assessorado por James Freedman, consultor de várias produções a mostrar truques do gênero. O truque da árvore de laranja era extremamente popular na França do século XIX realizado por Robert Houdin. O personagem de Eisenheim é baseado em um mágico que existiu na vida real chamado Erik Jan Hanussen, famoso na Vienna do início do século XX e que foi assassinado pelos nazistas em 1933. Ambos os filmes são excelentes para abordar o universo dos mágicos. Enquanto o primeiro explora o suspense, o segundo envereda pelo romance e pela aventura, mas os dois com excelentes caracterizações históricas.

Houdini em "Atos que desfiam a morte"

Houdini em “Atos que desfiam a morte”

Impossível falar de mágica sem mencionar  o húngaro Ehrich Weiss, que entrou para a história quando trocou seu nome para Harry Houdini (sobrenome que retirou do mágico francês que inspirou o personagem de Edward Norton em “O Ilusionista”) e se tornou o maior artista de fuga, uma celebridade para o público de sua época que lotava os teatros para assistir suas apresentações. As impressionantes habilidades de Houdini incluíam ficar longos minutos embaixo d’água sem respirar e se libertar de correntes e cofres fechados. Em 1953, o diretor George Marshall realizou uma excelente cinebiografia ” Houdini- O Homem Miraculoso” com Tony Curtis como o mágico e Janet Leigh como Bess Houdini. Na vida real, Tony e Janet também eram casados e viriam a trabalhar outras vezes juntos. A vida de Houdini terminou de forma trágica quando dias depois de ser agredido com um soco na altura do estômago teve o apêndice rompido, morrendo de peritonite. Outro filme a mostrar o famoso ilusionista foi “Atos que desafiam a Morte” (Death Defying Acts) de 2007 que mostra Houdini se envolvendo com uma vidente picareta (Catherine Zeta-Jones) que lhe promete contato com os mortos.

O Verdadeiro Houdini

O Verdadeiro Houdini

Tony Curtis como Houdini

Tony Curtis como Houdini

Longe de esgotar o assunto, bem que poderia se produzir um filme com o mágico Mandrake. O projeto já existiu, mas foi engavetado temporariamente, ao menos até que algum estúdio resolva fazê-lo.

por Adilson Cinema

ESTREIAS DA SEMANA : 5 DE JULHO – TRUQUE DE MESTRE

Elenco Competente

Elenco Competente

Truques de mágica são fascinantes graças à habilidade do ilusionista de nos fazer crer em algo que não é o que parece. No cinema, pode render um bom roteiro como em “Um Truque de Mestre” (Now you see) de Louis Leterrier (Diretor de “O Incrível Hulk” e “Carga Explosiva”), que estreia nesta sexta feira dia 5 de Julho. Mark Ruffalo (o Hulk de “Os Vingadores”) faz um agente do FBI que persegue um grupo de mágicos que inexplicavelmente realizam assaltos audaciosos para depois, como modernos Robin Hoods, distribuir o dinheiro para o público. Os ilusionistas são Jesse Eisenberg (de “A Rede Social”), a bela Isla Fisher, o veterano Woody Harrelson e David Franco (Irmão de James Franco – curiosamente o picareta de “Oz – Mágico e poderoso”). Cada um é especialista em uma modalidade: escapismo, prestidigitação, hipnose. Para apanhá-los, o agente federal conta com a ajuda de um ex-profissional do ramo que ganha a vida desmistificando os colegas (tal qual o famoso Mr.M vivido pelo sempre competente Morgan Freeman. Ainda no elenco, a presença igualmente bem-vinda de Michael Caine que já vivera um mágico anos atrás em “O Grande Truque”). Um fato divertido durante as filmagens foi que Michael caíra no sono em seu camarim em um intervalo nas filmagens. Ao fim do dia, todos pensavam que o ator havia ido embora e o estúdio, assim como os camarins, foi trancado, deixando o ator lá dentro a noite toda até o dia seguinte. Isto foi fato e não um truque  !!! O filme, enfim é um bom thriller investigativo com uso de fumaça e espelhos para enganar o olho pouco atento.

 

por Adilson Cinema

NOSSOS MALVADOS FAVORITOS

O público sempre foi bastante receptivo à figura dos vilões. Estes fazem uma história se impulsionar em seu antagonismo compulsivo para roubar, destruir ou, simplesmente, como diria o ratinho Cérebro, dominar o mundo. Na essência, a relação de herói e vilão é puramente simbiótica e o fascínio do público pelos malfeitores é notório. Darth Vader é um dos melhores exemplos de uma figura vilanesca que se tornou parte do imaginário popular e foi o foco da segunda trilogia de “Star Wars” realizada entre 1999 e 2003. Vindos das histórias em quadrinhos, alguns personagens  mostrados no cinema foram muito expressivos em sua vilania. É o caso do Lex Luthor, arqui-inimigo do Superman, vivido por Gene Hackman no filme clássico de 1978, que fazia questão de se autoproclamar “a maior mente criminosa de nosso tempo”. E quanto mais megalomaníaco melhor como o Duende Verde (William Dafoe) e Dr.Octopus (Alfred Molina), vilões respectivos de “Homem Aranha”(2002) e “Homem Aranha 2” (2004). Alguns incorporam o próprio caos como o Coringa do saudoso Heath Ledger em “Batman – O Cavaleiro da Trevas” (2008).

COME TO THE DARK SIDE

COME TO THE DARK SIDE

Os desenhos animados deram vida à simpáticos azarados na arte da fazer o mal como o coiote que pegar o papaléguas ou o patético Dick Vigarista. De tão mal-sucedidos acabamos por torcer por eles. E essa inversão de valores funciona muito bem na animação da Dreamworks “Megamente” de 2010 ou na clássica série de Tv “Perdidos no Espaço” em que o vilão Dr.Smith (Jonathan Harris) praticamente rouba a cena dos protagonistas.

POBRE MALVADO

POBRE MALVADO

A vida real também já elevou malfeitores a um grande nível de popularidade como o casal “Bonnie & CLyde” (1968) vividos no cinema por Warren Beatty & Faye Dunaway. A Tv parece estar explorando esse fascínio por figuras malévolas como os psicóticos Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen) e Norman Bates (Freddie Highmore) personagens icônicos no cinema respectivamente vividos por Anthony Hopkins e Anthony Perkins.

A vilania existe para todos os gostos, é só escolher quem é o seu favorito.

 

 

por Adilson Cinema

ESTREIAS DA SEMANA : 5 DE JULHO – MEU MALVADO FAVORITO 2

ELES ESTÃO DE VOLTA

ELES ESTÃO DE VOLTA

Depois da bem sucedida animação de 2010, Gru – o vilanesco careca que parece uma mistura de Lex Luthor com Tio Fester da Família Addams, está de volta em “Meu Malvado Favorito 2”, da Universal Pictures & Ilumination Entertainment. Desta vez, o redimido supervilão vira herói de vez quando é recrutado por uma agência secreta (a Liga de Anti-Vilões) pela atrapalhada Lucy chamado para enfrentar o vilão latino El Macho – voz de Benjamin Bratt, que substituiu Al Pacino depois que este teve um desentendimento com os produtores e largou o projeto. Na dublagem brasileira, a voz é de Sidney Magal. As coisas ficam ainda mais complicadas porque o filho do vilão acaba sendo a apaixonite adolescente de Margot, uma de suas filhas adotivas. Gru (Steve Carrell no original e Leandro Hassum na dublagem brasileira) cede mais espaço para seus hilários assistentes, os mínios que invadem a cena a todo tempo, bem de acordo com o gosto do público. Esta é a primeira sequência realizada pelo estúdio de animação Illumination, que tem no desprezível Gru (tradução literal do título original “Despicable me 2) sua maior atração. Diversão garantida para pais e filhos, que assim como os mínions vão cair na gargalhada a todo momento.

por Adilson Cinema