OS 20 ANOS DE ARQUIVOS X

Criador (Chris Carter)  e criaturas (Mulder & Scully)

Criador (Chris Carter) e criaturas (Mulder & Scully)

“Arquivos X” alcançou um status de popularidade admirável, comparável ao que aconteceu com “Star Trek” anteriormente, A série de Tv criada por Chris Carter há 20 anos se multiplicou pela cultura pop através da literatura, HQs e cinema. Quando o episódio piloto foi ao ar pela FOX em 10 de setembro de 1993 os telespectadores foram instigados a procurar pelo desconhecido entre nós : alienígenas entre nós, lendas urbanas, fenômenos paranormais ganharam espaço na conversa entre amigos, que a cada semana passaram a acompanhar a cruzada dos agentes do FBI Fox Mulder (David Duchovny) e Dana Scully (Gilliam Anderson) por meio de teorias conspiratórias presentes em tudo o que a ciência nega e os governos escondem.

Sucesso pop: Capa da Rolling Stone

Sucesso pop: Capa da Rolling Stone

Se a verdade ainda está lá fora, só podemos imaginar, e isso foi o fizemos ao longo de 9 temporadas e 202 episódios. Na segunda temporada Gilliam Anderson esteve temporariamente afastada devido à sua gravidez. Chris Carter incorporou sua saída à mitologia que criava, levando os fãs a se perguntarem o que aconteceu com a parceira de Mulder que foi aparentemente abduzida. Nessa temporada, dois dos melhores episódios após a volta de Gilliam Anderson foram “A Colônia” e “Fim de Jogo” em que Mulder parece ter encontrado sua irmã Samantha, abduzida durante a infância e cuja a busca foi o Santo Graal para Mulder. O episódio responde poucas questões e levanta tantas outras como já era costume desde a primeira temporada quando Chris Carter mata o Garganta Profunda (Jerry Hardin), informante de Mulder. Outro ponto alto foi o final da segunda e o início da terceira temporada com a trilogia “Anazasi’, que coloca Mulder & Scully perto de descobrir uma nave extraterreste caída em solo indígena. Nessa altura, “Arquivos X” já tinha sido copiada na tentativa de se reproduzir seu sucesso e se aproveitar no interesse do público pela Ficção Científica que ganhou novo impulso naquela década. Assim surgiram: Dark Skies, Roswell e outras que não conseguiram ir além do rótulo “Arquivos X genérico”.

Não confie em ninguém

Não confie em ninguém

Chris Carter alegou na ocasião que a inspiração para criar “Arquivos X” foi a série “Kolchak” de 1974 que mostrava um reporter investigativo interpretado por Darren McGavin que vivia às voltas com monstros e criaturas cuja existência desafiava a ciência e, por isso, este era sempre desacreditado. O próprio McGavin ganhou um personagem temporário em “Arquivos X” como o agente Arthur Dales.
Tanto Duchovny quanto Anderson eram atores desconhecidos quando foram contratados para a série, assumindo papeís opostos aos da vida real. Duchovny não compartilha da fé cega de seu personagem da mesma forma que Gilliam Anderson é bem menos céptica e mais receptiva às possibilidades do que a cerebral Scully. A fotografia escura evidenciada pelas filmagens realizadas no Canadá valorizavam o clima de mistério que chegou ao ápice quando em 1998, entre a quarta e a quinta temporada, chegou aos cinemas “Arquivos X-Resista ao Futuro”, o primeiro longa baseado na série, que teve o mérito de agradar tanto aos excers (os fãs da série) quanto aos que apenas procuravam um bom filme sem nunca ter visto a série. A sequência final com a decolagem da nave do ártico tronou-se memorável. Mais do que solucionar tudo, o filme redirecionou a trama para a nova temporada, conquistando novos fãs. Lamentavelmente, Duchovny veio a deixar a série na 8ª temporada mesmo depois da mudança nas filmagens , por ele requisitada, do Canadá para Los Angeles. Ainda com aparições esporádicas, Duchovny reaparece para o encerramento da série no episódio duplo “the Truth” que foi ar em Maio de 2002. Um novo filme foi realizado em 2008, entitulado “Arquivos X : Eu Quero Acreditar” que – diferente do primeiro – não conseguiu fazer juz ao clima de mistério e a qualidade da série. Depois de tanto tampo, a série ainda pode ser vista em reprises e através do lançamento em DVDs e outra mídias, à espera de um terceiro filme que nos traga de volta àquela atmosfera e a tantos personagens cativantes como Chefe Skinner, os pistoleiros solitários, o canceroso etc… A verdade continua a nos aguardar.

por Adilson Cinema

ESTREIAS DA SEMANA : 20 DE SETEMBRO

ELYSIUM

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(Elysium) EUA 2013. Dir: Neill Blomkamp. Com Matt Damon, Wagner Moura, Sharlton Copley, Jodie Foster, Alice Braga. Ficção Cientifica.
Histórias de futuros pós apocalípticos são recorrentes nas telas. Geralmente servem de alegorias e metáforas sobre a condição humana, reflexão sobre o que está por vir. Quando H.G.Wells, por exemplo, escreveu “A Máquina do Tempo”, fez uma interessante analogia sobre a relação entre os abastados e o proletariado através dos Elois e os Morlocks. Até o campo da animação já divagou sobre o futuro da raça humana em “Wall-E”. Mas, não querendo dissertar sobre outros exemplares do gênero, “Elysium” vem a falar da desigualdade, da disparidade entre ricos e pobres ao mostrar um futuro em que os operários vivem em uma superfície terrestre desolada, residindo em senzalas, trabalhando em sub-condições para que os nobres possam gozar de uma vida idílica a bordo de uma estação espacial (cujo design foi baseado em projeto real da NASA) chamada Elysium, onde além de todo o conforto podem curar qualquer doença em uma cama especial com capacidade restauradora. Matt Damon (o agente Bourne) é Max, um desses operários que é contaminado por radiação e tem apenas poucos dias de vida. Trajando um exo esqueleto que amplia sua força e lhe dá capacidade defensiva, Max procura um meio de imigrar para aquele paraíso acima da Terra, único lugar em que sua vida pode ser salva pela citada cama que em segundos pode curá-lo. Wagner Moura é Spider, um contrabandista que pode ajudá-lo a entrar em Elysium, governado pela mão de ferro da ministra Delancourt (Foster). O diretor (o mesmo de “Distrito 9”) cria um curioso retrato das relações política e sociais que assolam o mundo real, as implicações sobre imigração, avanços tecnológicos e a doentia simbiose que mantem ricos e pobres em esferas de realidade distintas, favorecendo poucos em detrimento de muitos, assim como na África do Sul – terra natal do diretor e de Sharton Copley, um dos vilões do filme. Curiosamente, a história se passa em 2154, mesmo ano em que se passa “Avatar” de James Cameron.

O TEMPO & O VENTO

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Bra 2013. Dir: Jayme Monjardim, Com Thiago Lacerda, Marjorie Estiano, Cleo Pires, Fernanda Montenegro. Épico
A belíssima obra de Érico Veríssimo é o nosso “E O vento levou”, já tendo sido adaptada outras vezes como “Um certo Capitão Rodrigo” de Anselmo Duarte, de 1971 e a super-produzida mini-série da Globo de 1985, adaptada por Doc Comparato, que trazia Tarcisio Meira, Louise Cardoso e Gloria Pires nos papéis centrais de Capitão Rodrigo, Bibiana e Ana Terra. Personagens icônicos que tomam parte ativa da formação do estado do Rio Grande do Sul, arquétipos de um regionalismo fascinante de ser visto por ser registro histórico-literário de eventos como a Guerra dos Farroupilhas e a Guerra do Paraguai. O livro é um calhamaço dividido em 3 volumes, dos quais o primeiro (O Continente) foi a base para o filme de Monjadim que custou em torno de R$14 milhões e vários anos para ser feito. Monjardim, também diretor do ótimo “Olga” de 2004, já havia trabalhado com a formação do Rio Grande do Sul na mini-série da Globo “A Casa das Sete Mulheres”, e dá à obra de Veríssimo a dimensão magistral exata para os que nunca tiveram a oportunidade de ler a obra. Cleo Pires faz aqui o papel que foi da sua mãe na mini-série dirigida por Paulo José em 1985 e Thiago Lacerda é uma presença marcante e certa no papel do heróico Capitão Rodrigo. Tomara, seja dada continuidade às demais adaptações advindas de “O Tempo e o Vento”, e outros clássicos de nossa rica literatura. Ainda em tempo, o filme é narrado pela personagem Bibiana envelhecida, vivida pela maravilhosa Fernanda Montenegro. Com tantos superlativos, fica difícil não apreciar o filme.

A FAMÍLIA

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(The family) EUA 2013. Dir:Luc Bessson. Com Robert deNiro, Michelle Pfeiffer, Tommy Lee Jones, Drama.
Mafioso se muda com sua familia para cidade menor como parte do programa de proteção às testemunhas mas descobrem como é difícil mudar velhos hábitos e se adequarem a uma nova vida carregando o peso de pecados e erros que certamente cobrarão um preço. De Niro está pela segunda vez contracenando com Michelle Pfeiffer (Stardust). A bela atriz já trabalhou em filmes do gênero, no caso “Scarface” de Brian De Palma. De Niro dispensa comentários. Em dada cena, ele e Tommy Lee Jones estão assistindo “Goodfellas”, filme em que deNiro teve papel central e também abordando a vida de mafiosos. Lu Besson filmou grande parte do filme em Paris, nos estudios de Cité du Cinéma. A atriz Dianna Agron, que faz a filha de De Niro é uma das estrelas do seriado “Glee’.

AS BEM ARMADAS

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(The Heat) EUA 2013. Dir: Paul Feig. Com Sandra Bullock, Melissa McCarthy. Comédia.
Comédia de ação sobre duas policiais que precisam trabalhar juntas apesar de diferenças, para pegar um figurão do tráfico de drogas. A gordinha Melissa McCarthy roubou a cena em “Missão Madrinha de Casamento” e tem aqui papel bem adequado para explorar seu talento cômico,. conseguindo ofuscar Bullock, em seu primeiro papel aqui depois do Oscar que recebeu. O filme é uma razoável variação do tema “dupla de policiais”, sendo agora obvio duas mulheres.

por Adilson Cinema

ESTREIAS DA SEMANA : 13 DE SETEMBRO DE 2013

LOVELACE.

Amanda Seyfried como Linda Lovelace

Amanda Seyfried como Linda Lovelace

(Lovelace) EUA 2013. Dir: Rob Epstein, Jeffrey Friedman. Com Amanda Seyfried, Peter Sarsgaard, Sharon Stone.
– Já divagamos semana passado sob o constante interesse de Hollywood por biografias. Imagine agora juntar os clichês do gênero com a curiosidade sobre uma figura mítica do gênero pornô como Linda Lovelace, a protagonista do famoso “Garganta Profunda’, lançado em 1972 e até hoje lembrado pela ousadia ao mostrar uma mulher insaciável que só “chega lá” através do sexo oral. Retratar a vida turbulenta desta atriz ficou a cargo de Amanda Seyfried, cuja imagem está sempre associada a papéis românticos como em “Mamma Mia” ou “Cartas para Julieta”. A ótima Amanda se esforça para mostrar que é capaz de dar algo mais ao público que apenas a imagem dos papéis românticos como o recente “O Casamento do Ano”, que estreou aqui há pouco mais de uma semana. Se o filme tem tantas virtudes assim para chamar a atenção do público, aí é algo a se discutir. O fato é que , sem se deixar levar por preconceitos, há pouco ou nada além do convencional em uma cinebio dessa natureza, por outro lado não há como ignorar a curiosidade – tanto de homens como de mulheres – de conhecer um pouco desse universo que nada tem de glamouroso. A vida pessoal e profissional de Linda Lovelace certamente padecerá de todos os clichês do gênero, o que não diminui seu valor como algo a despertar discussões e por se tratar de alguém que – por bem ou por mal – gozou de um estrelato e teve seu nome ligado à história do cinema por um papel de gosto extremamente discutível e apelativo, uma engrenagem numa industria que deseja ser gratuitamente provocativa , desumana, sádica, ou como já dito, … algo a se discutir.

RUSH – NO LIMITE DA EMOÇÃO

Hemsworth & Bruhl à toda velocidade

Hemsworth & Bruhl à toda velocidade

(Rush) EUA 2013. Dir: Ron Howard. Com Daniel Bruhl, Chris Hemsworth, Olivia Wilde.
– Ron Howard nunca se prendeu a um único gênero, mas já demonstrou exímia habilidade para retratar fatos e personalidades históricas como foi o John Nash do Oscarizado “Uma Mente Brilhante” ou o embate entre Nixon e Frost no filme homônimo. Junto ao roteirista deste ultimo, Ron envereda mais uma vez pelo caminho da rivalidade, desta vez entre dois exímios pilotos, o austríaco Nikki Lauda (Bruhl) de personalidade temperada, cauteloso e o inglês James Hunt (Hemsworth – o Thor) como um piloto fanfarrão, mulherengo. Esses homens de naturezas tão opostas são mostrados sem maniqueísmos. São humanos, com qualidades, defeitos e uma habilidade incrível para viver em alta velocidade viveram um marco em suas carreiras no distante ano de 1976 culminando com um terrível acidente sofrido por Lauda. Filmes que retratam esse esporte nem sempre são boas bilheterias a não ser quando fantasiosos ao extremo como na franquia “Velozes & Furiosos”. Roward é diretor hábil o suficiente para manter os pés no chão e fazer desse recorte histórico da Formula 1 uma espécie de painel sobre as ambições e as vaidades humanas, um questionamento sobre os limites da competitividade trazendo para frente das câmaras bons atores.

AVIÕES

Saem os carros, entram os aviões

Saem os carros, entram os aviões

(Planes) EUA 2013. Dir: Klay Hall. Vozes : Dane Cook, Jon Cryer, Teri Hatcher,Stacy Keach, Brad Garret, Ivete Sangalo.
– Já que “Carros 2” foi decepcionante, na lógica dos produtores por que não investir numa variação do tema. Assim é “Aviões” da Disney (mas não realizado pela Pixar – seu braço forte do gênero). Imagine uma avião que tem medo de voar e vive pulverizando plantações enquanto alimenta o sonho de participar de uma corrida internacional. Percebe-se o óbvio nessa personificação das qualidades humanas e do desejo de vencer os obstáculos e as limitações, coisa já mostrada em outras animações, inclusive no recente “Turbo”. Na dublagem nacional a cantora Ivete Sangalo interpreta uma das competidoras da corrida, personagem criado especialmente para o Brasil e a América Latina, mas que na versão original mostrada no exterior ganha características franco-canadenses e a voz de Julia Louis-Dreyfuss. Diverte, mas a Disney é capaz de bem mais do que isso.
INVOCAÇÃO DO MAL

Mais uma casa assombrada

Mais uma casa assombrada

(The Conjuring) EUA 2013. Dir: James Wan. Com Vera Farmiga, Patrick Wilson, Ron Livingstone,
Lily Taylor. Terror.
– Filmes de casa mal-assombrada têm seu charme, mas ultimamente tem sido desgastante depois de tanta atividade paranormal. Por isso mesmo, quando chega um exemplar que saiba explorar melhor os elementos do gênero, é preciso ao menos um pouco de atenção, isto é se você gostar flertar com o medo. A história, baseada em fatos reais, mostra duas famílias: Os Perron (Livingstone e Taylor) que se muda com os filhos para esse reduto sobrenatural e são aterrorizados por forças demoníacas. Para ajudá-los, chegam os Warren (Farmiga e Wilson) casal que vive como investigadores de tais ocorrências e que tem toda sua habilidade e fé posta sob teste por forças do mal que sabem como explorar suas fraquezas. O elenco conheceu a verdadeira Lorraine Warren – hoje octagenária – que investigou junto com seu marido, já falecido, o caso que ficou conhecido como “A casa de Amityville” que inclusive já virou filme, o que certamente vem a enriquecer o roteiro escrito por Chad & Carey Hayes. Curiosamente, Lily Taylor já viveu pesadelo semelhante em outro filme do tema em “A Casa Amaldiçoada” de Jan DeBont no final dos anos 90. Se você é impressionável, evite o filme que às vezes até consegue driblar o susto fácil e garantir seus pesadelos por várias noites seguidas. Apropriado para um filme que chega às nossas telas em plena sexta-feira 13.

DOSE DUPLA

Não é máquina mas é mortífera

Não é máquina mas é mortífera

(Two Guns) EUA 2013. Dir:Baltazar Kormakur. Com Denzel Washignton, Mark Walberg, James Marsden.
– Adaptada de uma HQ de Steve Grant e replicando os filmes na linha “Máquina Mortífera”, esse é o típico filme que cairia bem em plena década de 80 mas que hoje não ganha tanta projeção. Dois agentes federais se infiltram em meio a máfia, mas precisam lidar com as desconfianças um do outro para prender um figurão do tráfico no México e lidar com a corrupção do meio em que vivem. Nada disso são deméritos a respeito do filme, muito pelo contrário , a receita humor e ação – quando bem conduzida – é diversão garantida e este merece sua chance, principalmente pela presença de Denzel Washington, um ator que dispensa comentários.

por Adilson Cinema

VARIAÇÕES DO MESMO TEMA

Cena de "O Ataque"

Cena de “O Ataque”

A recente estréia de “O Ataque” (White House Down) mostrando terroristas atacando a Casa Branca, centro do poder do governo norte-americano é uma divertida e fantasia história já mostrada no início desse ano quando chegou às telas “Invasão à Casa Branca”(Olympus Has Fallen), que trazia personagens diferentes vivendo a mesma situação. Se você pensa em plágio, imitação, ou mera coincidência, o fato é que em Hollywood, assim como em tudo, uma boa ideia pode gerar uma inevitável imitação. Não é primeira vez que estúdios diferentes realizam projetos semelhantes, lançados em um curto intervalo de tempo, muitas das vezes tornando difícil identificar qual o produto original e qual é a cópia. Simplesmente, se a ideia é boa, por quê não usa-la com algumas modificações ? Se o pensamento é esse, não deixa de indicar a falta de criatividade dos estúdios que preferem investir em uma certeza de retorno financeiro e para isso estão dispostos a escalar um elenco de primeira, mesmo que seja para disfarçar a falta de originalidade.

Eles salvaram o mundo

Eles salvaram o mundo

Em 1998 tivemos “Impacto Profundo” e “Armageddon”. Ambos mostrando a queda de um meteoro trazendo destruição para o nosso planeta. O segundo teve melhor desempenho nas bilheterias com uma “pegada” mais pop e roteiro mais fantasioso embalados pela trilha sonora que incluía a canção “I don’t want to miss a thing” do grupo “Aerosmith”. Ainda na década de 90 vulcões entraram em erupção na fictícia Dante’s Peak de “O Inferno de Dante” (1997) com Pierce Brosnan e Linda Hamilton e abaixo da cidade de Los Angeles, um improvável porém não impossível desastre geológico em “Volcano – A Fúria’ (1997) com Tommy Lee Jones e Anne Heche. A virada do século 20 para o 21 levou Hollywood para Marte em dois filmes “Missão Marte” de Brian DePalma, para a Touchtone (subsidiária da Disney), pretensioso em sua proposta de explicar a origem da espécie humana como uma moderna variação de “2001 – Uma Odisseia no Espaço”. No mesmo ano, a Warner lança “Planeta Vermelho” com Val Kilmer com um tom mais de terror no espaço. Ambos os filmes naufragaram na bilheteria.

Wolverine encontra Batman

Wolverine encontra Batman

Em 2003 os mágicos foram o projeto de dois filmes : “O Grande Truque” de Christopher Nolan, mostrando um envolvente embate entre dois mágicos vividos por Hugh Jackman e Christian Bale, ou se preferirem, Wolverine e Batman. O tom de suspense é muito bem conduzido até um final surpreendente que justifica o título brasileiro. No mesmo ano, a atmosfera de romance e ação foi o tom de “O Ilusionista” com Edward Norton. Até mesmo animações já se enfrentaram pelo grande público quando em 1998 Jeffrey Katzenberg deixou a Disney levando consigo a ideia de uma historia sobre insetos humanizados e bem “fofos” para agradar pais e adultos e o resultado foi “Forminguinhaz” para a Dreamworks, realizado em paralelo a “Vida de Inseto” da Disney. Ano passado, o conto dos Irmão Grimm da princesa que morde a maçã e enfrenta a madrasta malvada que quer ser a mais bela, e a mais rica, gerou dois projetos: “Espelho Espelho Meu” e “Branca de Neve & O Caçador”. O primeiro cai mais para o lado do humor enquanto o segundo tem pretensões de ser um épico. No final das contas, nenhum dos dois é grande coisa. No caso do segundo filme, acaba-se torcendo para a bela Charlize Theron, a malvada, só para não ter que aguentar a cara de sonsa de Kristen Stewart, péssima escolha para o papel de heroína.
Não são só esses os únicos casos, e certamente o assunto não se esgota aqui para o show não pode parar e a máquina Hollywoodiana ainda há muito de provar a máxima que diz que nada se creia e tudo se copia.

por Adilson Cinema

ESTREIAS DA SEMANA: 6 DE SETEMBRO

O Verdadeiro e Ashton Kutcher

O Verdadeiro e Ashton Kutcher

JOBS (2013) Dir: Joshua Michael Stern. Com Ashton Kutcher, Dermot Mulroney, Matthew Modine, Leslie Ann Warrren, John Getz, J.K.Simmons. Filme Biografico.
Conforme já dito na postagem anterior, esta é a cinebiografia do grande gênio da informática, fundador da Apple, criador do I Phone e um dos fundadores da Pixar, o estúdio de animação que revolucionou o gênero a partir de “Toy Story”. O próprio ator é um grande entusiasta da tecnologia, acionista da Skype e foi o primeiro a alcançar um milhão de seguidores no twitter. Sua dedicação ao papel foi tamanha que o ator decidiu seguir a mesma dieta a base de frutas empregada por Steve Jobs, mas acabou sendo hospitalizado pouco antes do início das filmagens. Apesar de sua atuação dedicada e da preocupação da produção em se aproximar da essência dessa personalidade que mudou o rumo da tecnologia mundial (Várias cenas foram feitas na casa que Jobs morou durante grande parte de sua vida), seu resultado desagradou a Steve Woznial, co-fundador da Apple, que acusou o filme de deturpar fatos. O filme que foi concluído sem nenhum apoio ou envolvimento da empresa que Jobs ergueu. Já foi anunciado que Aarson Sorkin ( roteirista de “A Rede Social”) está envolvido em uma outra cinebiografia do visionário Steve Jobs, com boatos de que George Clooney talvez venha a interpretá-lo. Enquanto isso, vale a pena esse vislumbre na ascenção e morte de uma das mentes mais admiráveis de nossa recente história.

A FILHA DE MEU MELHOR AMIGO

De médico arrogante a coroa sedutor

De médico arrogante a coroa sedutor

(The Oranges) 2013. Dir: Julian Farino. Com Hugh Laurie, Leighton Meester, Adam Brody, Oliver Platt. Comédia Dramática.
Muita gente talvez venha a se interessar a assistir esse filme só para reencontrar Hugh Laurie, o House do bem sucedido seriado de TV. Contudo, seu papel é totalmente diferente mas o filme é bem convencional sobre homem maduro que se envolve com jovem que é filha de casal amigo de longa data, o que é claro despertará conflitos e mal-entendidos entre as duas famílias.Curiosamente, em House a atriz Leighton Meesster também viveu uma mulher apaixonada pelo personagem de Laurie.

A CASA DA MÂE JOANA 2

Trambiques e fantasmas

Trambiques e fantasmas

(Bra 2013) Dir:Hugo Carvana. Com José Wilker, Paulo Betti, Antonio Pedro, Fabiana Karla, Betty Faria, Juliana Paes.
O primeiro “Casa da mâe Joana”, de 2008, mostrava um trio de amigos (Wilker, Betti e Pedro) vivendo suas armações em um apartamento em Copacabana. Nesta sequência, o trio de malandros vai morar em mansão adquirida por Montanha (Pedro) depois que este se torna um escritor de sucesso.O problema é que duas herdeiras querem a casa para si não importando a que custo, surge ainda um medium picareta e um fantasma francês com seus próprios planos.

O ATAQUE

Duro de matar na casa branca

Duro de matar na casa branca

(White House Down) EUA 2013. Dir: Roland Emmerich. Com Channing Tatum, Jamie Foxx. Ação
Roland Emmerich gostou de ter explodido a casa branca em “Independence Day”. Gostou tanto que aqui transforma a emblemática cena em roteiro próprio e chamou como herói o protagonista de “Anjos da Lei” e “G.I.Joe”. Este faz um ex-militar reprovado na prova de seleção para agente secreto que se torna a única chance de salvar o Presidente de um ataque terrorista à Casa Branca. O roteiro de James Vanderbilt (O Espetacular Homem Aranha) é um dos dois filmes sobre terroristas em fictício e improvável ação na Residência presidencial a chegar aos cinemas esse ano. O outro filme foi “Invasão à Casa Branca” e tinha Morgan Freeman e Gerard Butler no elenco. A ação é de história em quadrinho o que garante a diversão descontando os exageros é claro.

por Adilson Cinema

FILMES BIOGRAFICOS

Ashton Kutcher como Stev Jobs

Ashton Kutcher como Stev Jobs

A chegada de “Jobs” nesta sexta-feira é aguardada por todos os admiradores e até mesmo pelos detratores do homem que criou a Apple, muito bem caracterizado por Ashton Kutcher ( o substituto de Charlie Sheen em “Two & a Half Men”. O público recebe o filme com a mesma ansiedade que acompanha toda vez que uma cinebiografia de alguma personalidade chega às telas. As pessoas sempre estão curiosas pela vida dos famosos e um filme é uma maneira de chegar perto daquela figura, desnudá-la, descobrir o que exatamente a fez ser tão importante ao ponto de deixar uma marca indelével na história. Assim são os filmes biográficos ou simplesmente os “Biopics”.
Recentemente, Steven Spielberg levou para o cinema a trajetória de Abraham Linconl, talvez o presidente norte-americano mais idolatrado da história e que já foi cinebiografado outras vezes, entre elas em 1930 vivido por Walter Houston e 1939 por Henry Fonda em “A Moçidade de Linconl“. Sem dúvida a caracterização de Daniel Day Lewis no filme de Spielberg é a mais impressionante dada o detalhismo com que o ator britânico o personificou, indo além da aparência física. Esta é uma das características mais atrativas no gênero: Ver um ator abordar alguém real dando a impressão de que este praticamente ressucitou. Foi o caso de Forrest Whitaker em “O Ultimo Rei da Escócia” (The Last King of Scotland) em 2006 no papel do ditador de Uganda Idi Amin. Não à toa ambas as atuações foram premiadas com o Oscar, pela Academia que parece sempre gostar deste sub-gênero. Igualmente impressionantes foram as atuações de Ben Kingsley em “Gandhi” (1982) e Robert Downey Jr em “Chaplin” ambas dirigidas por Sir Richard Altenborough. Não poderia deixar de se mencionar aqui como atuação feminina de grande impacto Meryl Streap em “A Dama de Ferro”, que merecidamente premiou sua estrela, de irretocável credibilidade.

Meryl Streap e o objeto de sua personificação

Meryl Streap e o objeto de sua personificação

Outro motivo que faz as cinebiografias serem tão atraentes é a própria natureza de seu roteiro que geralmente enfoca a trajetória de um indivíduo que passa por provações e dificuldades, conseguindo se redimir e sai vencedor de sua causa como o Chris Gardner de Will Smith no emotivo “À Procura da Felicidade” (The Pursuit of Happyness) de 2006 ou os nacionais “Dois Filhos de Francisco” de 2005 ou “Lula – o Filho do Brasil” de 2010. O Brasil também teve excelentes filmes do gênero como “Zuzu Angel” de 2006 com Patricia Pillar no papel da estilista que enfrentou a ditadura militar nos anos 60 e 70 e o recente “Somos tão Jovens” em que o ator Thiago Mendonça retrata com incrível semelhança a vida de Renato Russo, o líder da Legião Urbana.

O ator Thiago Mendonça e Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo.

O ator Thiago Mendonça e Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo.

O alcançe do filme biográfico é quase que ilimitado já que pode ser mezclar com outro gêneros como o épico (Lawrence da Arábia), o musical (De Lovely – A vida e os amores de Cole Porter) , filme de guerra (Patton – Rebelde ou Herói) ou o drama convencional (Heleno), este com Rodrigo Santoro em admirável exercício de personificação). Suas pretensões vão muito além do mero documentário, pois prevê muitas vezes que determinadas passagens da vida do biografado sejam ocultas ou suavizadas dependendo do grau de impacto que se pode ou não se deseja mostrar. Por isso, o filme biográfico faz uma dramatização que pode em muitos casos ser tendenciosa ou não tão fiel aos fatos mostrados e quanto maior a fama do biografado, maiores são os obstáculos sofridos. às vezes, o diretor prefere fazer um retrato de um determinado período na vida do biografado em vez de cobrir toda sua vida como é o caso de “Sete Dias com Marilyn” (My week with Marilyn) de 2011 como Michelle Williams em elogiosa representação do maior sex simbol de Hollywood que como já anuncia o título cobre apenas uma semana de sua vida . Antes de encerrar, no entanto,  vale a pena mencionar aqui alguns títulos de destaque :
1) Chico Xavier de 2010 – Produção nacional com Nelson Xavier fazendo um impressionante retrato vivo da figura mais querida da filosofia espírita.
2) O Aviador (The Aviator ) de 2004 – Dirigido por Martin Scorcese sobre a polêmica figura do milionário Howard Hughes que em meio ao glamour e as conquistas amorosas combatia dentro de si um mal crescente: o Transtorno obsessivo compulsivo do qual pouco se sabia na época e que ganhou profundidade e realismo na atuação de Leonardo DiCaprio.
3) Sede de Viver (Lust for Life) de 1956 – Fantástica caracterização de Kirk Douglas como o pintor Vincent Van Gogh e sua trágica e sofrida vida.
4) Olga de 2004 – Excelente produção sobre a vida da mulher de Luis Carlos Prestes cuja atuação política deixou suas marcas em muitos.

5) Ray de 2004 – Premiada atuação de Jamie Foxx como o cantor Ray Charles que passou por diversas provações em sua carreira e vida pessoal.

Camila Morgado como Olga

Camila Morgado como Olga

Como o filão está longe de se esgotar desde 1936 quando Paul Muni personificou o químico Louis Pasteur e o escritor francês Emile Zola respectivamente em 1935 e 1937, já se anuncia para  breve a estreia em nossas telas de” Lovelace”, sobre a atriz que protagonizou um dos maiores clássicos do filme erótico (Garganta Profunda) com Amanda Seyfried e “Diana” em que a princesa inglesa é vivida por Naomi Watts. Além desses, 2014 se prepara para receber a cinebiografia de James Brown e Elvis Presley (ambos produzidos por Mick Jagger) e já se fala há bastante tempo em um filme sobre a vida de Freddie Mercury, o vocalista do Queen. O show como podemos constatar não pode parar.

 

por Adilson Cinema

ANIVERSARIANTE DE HOJE : SALMA HAYEK

Parabéns à estrela

Parabéns à estrela

Ela está atualmente nas telas como a esposa de Adam Sandler em “Gente Grande 2” , mas já foi pintora, vampira, pistoleira, até mesmo uma gatinha ladra e hoje completa 47 anos.  Salma Valgarma Hayek Jimenez nasceu em Veracruz, no México em 2 de Setembro de 1966, filha de uma cantora de Ópera e um rico empresário de origem libanesa. Desde a infância alimentava a vontade de atuar e chegou a estudar nos Estados Unidos quando pequena, mas voltou ao México onde terminou sua formação e ingressou na Tv em produções da Televisa, ganhando o papel principal da novela “Teresa”.  Arriscou-se em Los Angeles quando ainda não dominava o inglês e ouviu de diversas pessoas que jamais conseguiria uma carreira em Hollywood, sendo ela latina. Perseverou e foi recompensada por sua determinação quando chamou a atenção do diretor Robert Rodriguez que procurava uma atriz para co-estrelar ao lado de Antonio Banderas em “A Balada do Pistoleiro” (Desperado) em 1995. O público aprovou a química entre os dois atores latinos, e o filme foi um sucesso impulsionando a carreira de ambos em Hollywood. No ano seguinte, fez o papel de maior destaque de “Um Drink no Inferno” (From Dusk Till Dawn) do mesmo diretor, no papel de uma sedutora vampira.

Sedutora Vampira

Sedutora Vampira

Várias foram as oportunidades que se seguiram e Hayek tornou-se conhecida no mercado internacional, chamando a atenção principalmente por suas atributos físicos. Contudo, a bela atriz queria provar seu talento e começou a buscar papéis que fossem desafiadores. Atuou ao lado de Will Smith em “As Loucas Aventuras de James West” (The Wild Wild West) em 1999, adaptação de conhecida série de TV, e fez a cigana Esmeralda de “O Corcunda de Notre Dame”, em adaptação do texto de Victor Hugo para TV em 1995. Quando soube que se produziria um filme sobre a pintora Frida Karlo, Salma Hayek entrou na disputa para o papel, que ainda tinha Jennifer Lopez no páreo. Em 2002, concretizou seu sonho e brilhou ao lado de Alfred Molina no papel de Diego Rivera. Salma mostrou que sua capacidade para representação dramática era tão notável quando sua beleza física e foi, por esse papel indicada ao Globo de Ouro e ao Oscar de melhor atriz.

Frida

Frida

Em sua vida pessoal, namorou os atores Edward Norton (O Incrivel Hulk e O Ilusionista)  e Josh Lucas (Poseidon)  tendo se casado em 2009 com François-Henri Pinault, empresário francêa com quem teve uma filha: Valentina Paloma Pinualt, nascida em 2009. Tornou-se grande amiga da estrela Penelope Cruz com quem filmou “Bandidas”, de 2006,  um faroeste humorístico. Sempre grata ao diretor Robert Rodriguez, que lhe deu a grande chance em Hollywood, batizou seu filho e voltou a atuar sob sua batuta em “Era uma vez no Mexico” (Once Upon a Time in Mexico) em 2003. Também ficou amiga de Antonio Banderas com quem faria a animação “Gato de Botas” (Pussy in Boots) em 2011 no qual dublou a gatinha ladra Kitty Softpaws. Na ocasião do lançamento deste, esteve por curto período no Rio de janeiro, ao lado de Banderas para promover o lançamento do filme.

Hayek e Antonio Banderas

Hayek e Antonio Banderas

Fez a esposa de Adam Sandler em “Gente Grande” (Grown ups) em 2010, e voltou ao papel esse ano na sequência provando o sucesso e o talento que ainda lhe renderam atividade como produtora da série “Ugly Betty” que durou de 2006 a 2010. Nada mau para calar a boca dos que se recusaram a reconhecer seu talento e constatar sua fibra latina. Entre seus próximos projetos estão a continuação de “Os Muppets” entitulada “Muppets Most wanted” programada para 2014 e volta ao papel de produtora bem sucedida emprestando sua bela voz para outra personagem animada em “The Prophet” , adaptação de clássico literário de Kahlil Gibran que também trará as vozes de Liam Neeson e Alfred Molina, seu partner em “Frida”. Como se pode constatar, ainda há muito para vermos nas telas. Parabéns, Salma !!

por Adilson Cinema