“Arquivos X” alcançou um status de popularidade admirável, comparável ao que aconteceu com “Star Trek” anteriormente, A série de Tv criada por Chris Carter há 20 anos se multiplicou pela cultura pop através da literatura, HQs e cinema. Quando o episódio piloto foi ao ar pela FOX em 10 de setembro de 1993 os telespectadores foram instigados a procurar pelo desconhecido entre nós : alienígenas entre nós, lendas urbanas, fenômenos paranormais ganharam espaço na conversa entre amigos, que a cada semana passaram a acompanhar a cruzada dos agentes do FBI Fox Mulder (David Duchovny) e Dana Scully (Gilliam Anderson) por meio de teorias conspiratórias presentes em tudo o que a ciência nega e os governos escondem.
Se a verdade ainda está lá fora, só podemos imaginar, e isso foi o fizemos ao longo de 9 temporadas e 202 episódios. Na segunda temporada Gilliam Anderson esteve temporariamente afastada devido à sua gravidez. Chris Carter incorporou sua saída à mitologia que criava, levando os fãs a se perguntarem o que aconteceu com a parceira de Mulder que foi aparentemente abduzida. Nessa temporada, dois dos melhores episódios após a volta de Gilliam Anderson foram “A Colônia” e “Fim de Jogo” em que Mulder parece ter encontrado sua irmã Samantha, abduzida durante a infância e cuja a busca foi o Santo Graal para Mulder. O episódio responde poucas questões e levanta tantas outras como já era costume desde a primeira temporada quando Chris Carter mata o Garganta Profunda (Jerry Hardin), informante de Mulder. Outro ponto alto foi o final da segunda e o início da terceira temporada com a trilogia “Anazasi’, que coloca Mulder & Scully perto de descobrir uma nave extraterreste caída em solo indígena. Nessa altura, “Arquivos X” já tinha sido copiada na tentativa de se reproduzir seu sucesso e se aproveitar no interesse do público pela Ficção Científica que ganhou novo impulso naquela década. Assim surgiram: Dark Skies, Roswell e outras que não conseguiram ir além do rótulo “Arquivos X genérico”.
Chris Carter alegou na ocasião que a inspiração para criar “Arquivos X” foi a série “Kolchak” de 1974 que mostrava um reporter investigativo interpretado por Darren McGavin que vivia às voltas com monstros e criaturas cuja existência desafiava a ciência e, por isso, este era sempre desacreditado. O próprio McGavin ganhou um personagem temporário em “Arquivos X” como o agente Arthur Dales.
Tanto Duchovny quanto Anderson eram atores desconhecidos quando foram contratados para a série, assumindo papeís opostos aos da vida real. Duchovny não compartilha da fé cega de seu personagem da mesma forma que Gilliam Anderson é bem menos céptica e mais receptiva às possibilidades do que a cerebral Scully. A fotografia escura evidenciada pelas filmagens realizadas no Canadá valorizavam o clima de mistério que chegou ao ápice quando em 1998, entre a quarta e a quinta temporada, chegou aos cinemas “Arquivos X-Resista ao Futuro”, o primeiro longa baseado na série, que teve o mérito de agradar tanto aos excers (os fãs da série) quanto aos que apenas procuravam um bom filme sem nunca ter visto a série. A sequência final com a decolagem da nave do ártico tronou-se memorável. Mais do que solucionar tudo, o filme redirecionou a trama para a nova temporada, conquistando novos fãs. Lamentavelmente, Duchovny veio a deixar a série na 8ª temporada mesmo depois da mudança nas filmagens , por ele requisitada, do Canadá para Los Angeles. Ainda com aparições esporádicas, Duchovny reaparece para o encerramento da série no episódio duplo “the Truth” que foi ar em Maio de 2002. Um novo filme foi realizado em 2008, entitulado “Arquivos X : Eu Quero Acreditar” que – diferente do primeiro – não conseguiu fazer juz ao clima de mistério e a qualidade da série. Depois de tanto tampo, a série ainda pode ser vista em reprises e através do lançamento em DVDs e outra mídias, à espera de um terceiro filme que nos traga de volta àquela atmosfera e a tantos personagens cativantes como Chefe Skinner, os pistoleiros solitários, o canceroso etc… A verdade continua a nos aguardar.